
Atividade regulamentada no Brasil desde janeiro de 2025, as apostas em plataformas online, nas chamadas bets, foram realizadas por 15% da população brasileira em 2024, segundo pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha, divulgada em abril. Diante do alcance das bets na população e a regulamentação do setor, a preocupação em torno de possíveis transtornos relacionados ao jogo tem sido tema central de debate.
Diante desse panorama, confira, a seguir, 5 pontos para ter em mente a fim de policiar-se para evitar desenvolver uma condição de ludopatia (vício em jogos de azar):
Não aposte para enriquecer
Em primeiro lugar, é necessário saber o motivo que leva à aposta. Caso seja o desejo de enriquecer, é importante ter em mente que as apostas esportivas não são um investimento e estão sujeitas a aleatoriedade dos eventos. “As apostas devem ser encaradas apenas como uma forma de entretenimento. Apostar é apenas diversão, não é investimento. Trabalhamos ativamente para manter essa perspectiva”, alerta Anderson Nunes, Head de Negócios da Casa de Apostas.
Tratamento com especialistas
Caso enxergue propensão a possíveis transtornos derivados do jogo, é fundamental buscar a ajuda de profissionais e grupos de apoio, desde psicólogos, psiquiatras ou até mesmo de amigos e familiares. Atualmente existem iniciativas como o programa COMPULSAFE, da Empresa Brasileira de Apoio ao Compulsivo (EBAC), com acolhimento e apoio psicológico ao apostador, incluindo um programa psicoeducativo com até oito semanas de duração e abordagem de temas como a compreensão da compulsão e como superá-la. Plataformas como Casa de Apostas, Betsul, HiperBet e o Grupo Ana Gaming (7k, Cassino e Vera), já aderiram ao programa.
Defina limites
Para prevenir o risco do desenvolvimento de um quadro compulsivo, o apostador também pode definir limites dentro da própria casa de apostas. Além do monitoramento sobre as ações dos usuários para identificar possíveis padrões compulsivos e restringir o acesso dos jogadores, as plataformas também disponibilizam opções nas quais os próprios apostadores podem criar limites personalizados para quantidade de apostas realizadas, tempo gasto na plataforma e limites de perdas.
Na Galerabet, por exemplo, são disponibilizadas ferramentas de Jogo Responsável diretamente no menu principal do jogador, permitindo que ele configure os limites conforme a necessidade. As medidas funcionam em conjunto com o monitoramento ativo em tempo real da plataforma para identificar possíveis sinais de jogo compulsivo e realizar ações de contato com o jogador para garantir que este esteja tomando decisões seguras e priorizando o Jogo Responsável.
Atenção aos alertas
A partir do monitoramento do perfil dos apostadores realizado nas casas de apostas, são mapeados os perfis com maior risco quanto ao desenvolvimento do quadro da ludopatia. Quando detectado algum risco, a plataforma emite alertas, com orientações ao apostador e possibilidade de restrições. Estar atento a esses alertas é fundamental para impedir que a situação piore. “A identificação de padrões de comportamento de risco não pode ser deixada para depois e é parte essencial de um mercado saudável”, explica João Fraga, CEO da Paag, que fornece soluções tecnológicas para as bets.
Plataformas também oferecem a autoexclusão
Caso o jogador siga dando sinais de comportamentos compulsivos, a autoexclusão da plataforma também é uma opção, podendo ser temporária ou permanente. As plataformas também podem até suspender o acesso de jogadores considerados em situação de risco quando necessário. Na Ana Gaming, por exemplo, além da identificação dos perfis de jogadores que demonstram sinais de comportamento compulsivo, caso o jogador ultrapasse o limite das configurações personalizadas estabelecidas, a plataforma bloqueia automaticamente novas transações até que o período definido termine. Em casos extremos, considerados em situação de risco, o jogador pode ter o acesso suspenso ou até mesmo restringido.