
Por Aluizio de Freitas, diretor da Sigbol
A indústria da moda brasileira é uma gigante silenciosa. Com mais de 25 mil empresas ativas na área de confecção, segundo a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), o setor emprega diretamente cerca de 1,4 milhão de pessoas — e movimenta outros milhões de trabalhadores de forma indireta. Ainda assim, o país convive com um paradoxo: enquanto milhares de vagas permanecem abertas, a dificuldade em encontrar profissionais qualificados compromete o crescimento e a competitividade do setor.
Na prática, faltam costureiras, modelistas, estilistas e operadores capacitados para atender à demanda de um mercado que se reinventa a cada estação. A pesquisa mais recente do Senai mostra que há um déficit de mais de 60 mil profissionais qualificados na área têxtil e de confecção, evidenciando a urgência por formação técnica de qualidade.
Como diretor da Sigbol, escola com mais de 55 anos de tradição na formação de profissionais para o setor, vejo diariamente o impacto da qualificação técnica na vida dos alunos e nas empresas que os contratam. Não basta saber operar uma máquina de costura — é preciso compreender tecidos, aviamentos, caimentos, tendências e processos industriais. A formação adequada transforma amadores em profissionais completos, prontos para atuar em toda a cadeia da moda.
Oferecemos cursos que vão de Desenho de Moda a Personal Stylist, passando por Modelagem e Costura. Cada trilha formativa é desenhada para aproximar o aluno da realidade do mercado e prepará-lo para os desafios de uma indústria que exige criatividade, precisão e agilidade. E essa formação profissional é ainda mais essencial em tempos de fast fashion, em que prazos curtos e produção em escala convivem com a necessidade de inovação e qualidade.
A qualificação da mão de obra não é apenas uma exigência técnica: é uma ferramenta de transformação social e de reposicionamento estratégico das marcas. Quanto mais preparado for o profissional, maior a sua contribuição para o desenvolvimento de peças bem acabadas, originais e sustentáveis — atributos cada vez mais valorizados por consumidores conscientes.
Investir em formação técnica é, portanto, um passo decisivo para quem quer se destacar em um mercado competitivo e exigente. A moda brasileira tem enorme potencial de crescimento. Mas para que ele se realize, é preciso valorizar o que de fato sustenta essa engrenagem: pessoas capacitadas, atualizadas e apaixonadas pelo que fazem.