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Dia Mundial Sem Tabaco: uso do vape traz sérios danos à saúde bucal, alerta especialista

Tempo de leitura: 3 min

em 30/05/2025

Dia Mundial Sem Tabaco: uso do vape traz sérios danos à saúde bucal, alerta especialista

No Dia Mundial Sem Tabaco (sábado, 31 de maio), cresce o alerta de especialistas para os perigos do cigarro eletrônico, especialmente entre os jovens. Levantamentos recentes de instituições como a American Dental Association e universidades americanas revelam que o vape altera a microbiota oral de maneira diferente do cigarro tradicional, o que pode abrir caminho para novas formas de inflamação ainda pouco conhecidas.  

Marcelo Kyrillos cirurgião-dentista da clínica Ateliê Oral, sediada em São Paulo, afirma que os danos à saúde bucal são, em alguns casos, até piores do que aqueles causados pelo cigarro tradicional. Segundo ele, um dos efeitos mais comuns é a inflamação na gengiva (gengivite). “Isso acontece porque a nicotina presente no vape diminui o fluxo de sangue na região, o que enfraquece a defesa natural do corpo e favorece a ação das bactérias”, explica. 

Além da gengivite e da periodontite (estágio avançado da gengivite), o uso frequente do vape pode causar mau hálito persistente, aftas, irritações, perda de paladar e aumento de cáries. Um dos principais vilões é o propilenoglicol (composto orgânico usado em alguns produtos, incluindo cosméticos, alimentos e produtos de limpeza), presente nos vaporizadores líquidos do vape, que provoca intenso ressecamento da boca, reduzindo a produção de saliva — um dos mecanismos naturais de proteção contra bactérias. 

Alterações na mucosa, paladar e cicatrização 

Entre os danos menos visíveis, mas clinicamente relevantes, estão as alterações na mucosa oral e nas papilas gustativas. “Com o tempo, o calor do vapor e os produtos químicos causam irritação crônica nas papilas, levando à perda de sensibilidade ao gosto. E vale um alerta: em casos mais graves, essas estruturas têm uma capacidade limitada de regeneração, o que pode tornar a perda de paladar irreversível”, ressalta Dr. Kyrillos. 

A nicotina, independentemente da fonte, prejudica a saúde bucal de maneiras significativas, principalmente ao reduzir a irrigação sanguínea nos tecidos da boca. Essa deficiência na circulação traz, de forma distinta, dois grandes problemas:


Primeiramente, a nicotina compromete seriamente a cicatrização. Após procedimentos como extrações, implantes ou raspagens, a recuperação de usuários de nicotina tende a ser mais lenta e com maior risco de complicações. Isso acontece porque a menor oferta de sangue na região dificulta a chegada de células de defesa, oxigênio e nutrientes essenciais para o reparo adequado dos tecidos.


Paralelamente, explica o dentista, a mesma redução no fluxo sanguíneo pode mascarar perigosamente os sinais de doenças periodontais, como a gengivite e a periodontite. “Em usuários de nicotina, a gengiva inflamada pode não sangrar. Como consequência direta pode haver o atraso no diagnóstico e no tratamento das doenças periodontais”. Dessa forma, um problema gengival pode evoluir silenciosamente, sem o sangramento que normalmente serviria de alerta para o paciente e para o profissional.

Danos podem surgir em poucas semanas 

De acordo com o profissional, os primeiros sinais de comprometimento bucal – como boca seca, o mau hálito e irritação na mucosa – podem aparecer já nas primeiras semanas de uso contínuo, especialmente em pessoas com predisposição ou higiene oral deficiente.  

“Aos poucos, esses efeitos vão se acumulando. E como eles são mais silenciosos que os provocados pelo cigarro comum, muita gente demora a perceber. Em muitos casos é sim possível reverter os danos. Ao interromper o uso do vape e adotar uma rotina adequada de cuidados bucais, boa parte dos efeitos pode ser revertida — principalmente se identificada precocemente”, alerta. 

“A mucosa tende a se regenerar bem, a produção de saliva melhora, e até o paladar pode voltar ao normal. No entanto, retrações gengivais severas ou perda óssea podem ser irreversíveis. Por isso, quanto antes o paciente parar, maiores as chances de recuperação completa”, orienta o dentista. 

Recomendações para quem quer parar 

Além de acompanhamento odontológico, o Dr. Kyrillos recomenda cuidados específicos para quem está deixando o cigarro eletrônico: 

  • Escovação correta e uso diário do fio dental; 
  • Consultas regulares ao dentista (idealmente a cada 3 meses); 
  • Uso de enxaguantes bucais anti-inflamatórios, se prescritos; 
  • Hidratação constante da boca com água e saliva artificial; 
  • Apoio psicológico ou médico para cessação da nicotina. 

“Ao notar sinais como mau hálito, sangramento gengival, boca seca ou aftas recorrentes, é fundamental procurar um dentista. Esses são alertas de que algo não vai bem”, frisa Kyrillos. 

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