
No próximo dia 26 é comemorado o Dia dos Avós e a data não só é especial para homenageá-los ou para lembrar deles com carinho, mas também perceber o quanto eles estão presentes nas nossas vidas e, muitas vezes, na decoração. “A partir do momento que você tem um objeto ou um móvel antigo ele traz automaticamente um legado, uma alma para o ambiente”, comenta a arquiteta e designer de interiores Manuela Lolato.
Não é de hoje que a chamada “decoração afetiva” vem ganhando cada vez mais força – inclusive nos projetos contemporâneos – por seu poder de levar identidade, criar conexões emocionais e trazer sensação de pertencimento. De acordo com a arquiteta, muitas pessoas estão cada vez mais buscando projetos com “cara de casa”, com mais autenticidade e com elementos antigos da época dos nossos avós.
“A decoração foi ficando cada vez mais fria, minimalista. E durante essa jornada contemporânea, as pessoas foram sentindo falta desse afeto, do valor às origens, desse amor pela casa. Afinal, nossos avós faziam isso. Cuidavam da casa com muito amor e isso vai até mesmo para além dos móveis e objetos”, afirma.

Como incluir esses elementos antigos na decoração?
Para quem quer trazer um pouco mais desse estilo para a casa e honrar os avós através da decoração, a arquiteta afirma que tudo depende da origem da pessoa, da época e de onde ela vem. Entretanto, existem algumas peças que têm essa estética clássica e que trazem esse conforto esperado como louças florais, móveis de madeira maciça – como cristaleiras e mesas – vasos de barro, bancos de couro e diferentes tecidos como chita e crochê.
Muitos desses objetos são herdados, passam de geração para geração. Entretanto, existem lugares como brechós, feiras e antiquários onde eles podem ser garimpados e merecem atenção.
Robson Antoniazzi, proprietário do antiquário Antiguidades Lana, que fica no centro de Belo Horizonte, afirma que nos últimos anos as pessoas têm procurado cada vez mais objetos antigos em sua loja. “São muitos que vêm aqui procurando objetos que lembram os avós e até se emocionam. Os mais procurados são panelas de ferro, lustres, oratórios, talheres, instrumentos musicais, máquinas de moer e também os santos”.
Outra sugestão dada por Manuela é ressignificar alguns objetos que podem trazer essa estética do acolhimento. “Podemos usá-los de várias formas, inclusive misturando com os contemporâneos. Trocar um tecido, lixar um móvel, usar de outra forma algo que está quebrado. Um bule, por exemplo, pode virar um vaso de flor e dar aquele ‘quentinho no coração’ que buscamos”.
Para além do afeto, durabilidade
Mais do que trazer vida, personalidade e honrar a memória dos nossos avós, os móveis e objetos antigos são duráveis, contam uma trajetória, têm acabamento artesanal e passam de geração para geração como um verdadeiro patrimônio.
“Acho que eles têm um valor inestimável. Uma madeira boa com um móvel talhado, feito a mão. Isso tudo traz muita personalidade. Tem muita história desde a concepção daquela peça, todas as mãos que ela passou, quem usou. Às vezes tem até uma manchinha, mas foi o momento, conta a história e isso tem que ser valorizado”, reforça a arquiteta.

Sobre Manuela Lolato
Manuela Lolato é arquiteta e designer de interiores com 12 anos de experiência no mercado, atuando em projetos de arquitetura residencial, comercial e decoração. É sócia do escritório Bernadette Corrêa Arquitetura e, em 2025, criou seu próprio escritório, o LOLA Studio, especializado em projetos de arquitetura e decoração contemporâneos e de alto padrão.