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Neocenter lançou, com o Ministério Público, campanha em prevenção ao feminicídio

Tempo de leitura: 5 min

em 10/08/2025

Neocenter lançou, com o Ministério Público, campanha em prevenção ao feminicídio

Em um passo importante para a promoção da saúde da mulher e prevenção à violência doméstica, o Grupo Neocenter lançou, junto com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), no dia 7 de agosto, a campanha ‘Alerta Lilás: Saúde da Mulher Como Prevenção ao Feminicídio’. O evento foi realizado presencialmente, às 14h, na sede administrativa do Neocenter, localizada na rua Albita, no bairro Cruzeiro, em Belo Horizonte, com a participação do Ministério Público (representado pela promotora de Justiça Denise Guerzoni), da Guarda Municipal, da Polícia Civil, da Polícia Militar (representada pela Major Bruna, comandante da 2ª Cia IND PVD – Contagem), de Joana Coelho, subsecretária de Política dos Direitos das Mulheres em Minas Gerais, além de representantes da sociedade civil e autoridades locais.

O Grupo Neocenter, que possui uma unidade exclusivamente voltada para o atendimento feminino – o Neocenter Maternidade, se destaca como a primeira unidade de saúde da mulher a aderir ao projeto. A campanha vai além da conscientização e incluirá a confecção e distribuição de vídeos, cartilhas, panfletos e treinamento para colaboradores, como forma de disseminar informações cruciais para o acolhimento de mulheres vítimas de violência doméstica. O lançamento em agosto reforça a promoção da Lei Maria da Penha, que completa 19 anos de existência.

Alerta Lilás – depoimentos

De acordo com o diretor-presidente do Grupo Neocenter, Wagner Neder Issa, o convite para participar da campanha foi muito bem recebido desde a primeira visita da Dra. Denise. “Sentimos de imediato que era um dever nosso engajar nessa campanha. É dever de todos nós, setor público e iniciativa privada. Temos uma interface muito grande com mulheres, com crianças e com famílias, e é um dever nosso usar essa interface para participar da iniciativa. Identificamos, inclusive, meios para a campanha ganhar escala. Por isso, sugerimos a aproximação com a Central dos Hospitais”, disse Wagner Neder.

A proposta foi prontamente acolhida, conforme destacou a promotora do Ministério Público, Dra. Denise Guerzoni. “Por meio do Grupo Neocenter e da sensibilidade do Dr. Wagner em indicar novos braços para procurar parcerias, como a Central dos Hospitais, conseguimos em um dia trazer mais 16 estabelecimentos para aderirem à campanha”, informou Denise.

Wagner também mencionou a importância de usar a estrutura do Grupo Neocenter para encaminhar os casos de violência doméstica para as autoridades competentes. “Nos sentimos honrados por termos sido procurados. Resta-nos aprender a fazer esse diagnóstico e usar nossa estrutura e nosso pessoal para encaminhar os casos para quem pode tomar atitudes positivas e melhorar essa estatística horrível de apenas 17% dos casos acompanhados”, afirmou o diretor-presidente.

A campanha busca, justamente, transformar a maneira como os profissionais de saúde lidam com a violência doméstica. “Queremos tirar do profissional de saúde o estado de perplexidade diante da violência, munindo-o de um fluxo de acolhimento”, afirmou a promotora Dra. Denise. Ela ainda complementou que, com essa iniciativa, a vítima assume um papel de protagonismo, sendo acolhida de forma efetiva, e não mais uma “ponta solta” no sistema.

Prevenção ao feminicídio – dados e impacto

Durante o lançamento da campanha, a promotora de Justiça Denise Guerzoni revelou dados perturbadores sobre a violência contra a mulher em Minas Gerais. No último ano, foram registrados 165 feminicídios, mais de 200 tentativas de feminicídio e apenas 17% dessas vítimas contavam com uma ordem de proteção. “Na grande maioria dos casos, a narrativa da violência chega para algum colaborador da saúde. Não raro, essa mulher se abre, ou a equipe de saúde pode identificar os sinais de violência psicológica. Por isso, queremos capacitar quem recebe a primeira informação, que não pode ser guardada; precisa ser repassada”, explicou a promotora.

Além disso, ela destacou a demora em torno de 7 anos para que uma mulher vítima de violência procure a formalização de denúncia perante o Estado. “É preciso que a gente inove na proteção, e vamos fazer isso com os espaços de saúde, como o Neocenter”, afirmou Dra. Denise, ressaltando que o Brasil está entre os 5 países que mais matam mulheres no planeta e que Minas Gerais é o segundo estado com maior número de registros desse tipo de violência.

União de forças contra as estatísticas

Joana Coelho, subsecretária de Política dos Direitos das Mulheres em Minas Gerais, destacou a importância do trabalho em rede: “Hoje, para mim, é muito claro que precisamos juntar as pontas para unir forças na resolução de problemas. A violência contra a mulher é um problema silencioso, que não tem classe social nem idade.”

Ela continuou: “Trazer uma forma de acolher e diminuir esses números é essencial. Minas Gerais é o segundo estado do Brasil com maior índice de violência contra a mulher. Conseguimos colocar a pauta das mulheres na agenda, com destaque para o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).”

Joana também enfatizou a importância da capilaridade e da estrutura de atendimento: “O Cerna – Centro Estadual Risoleta Neves de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência tem a capilaridade necessária e uma forma de atendimento e direcionamento para o órgão correto, para que a mulher seja atendida e acolhida de maneira adequada. Além de diminuir os números, é fundamental saber acolher essa mulher, que já está destruída.”

Por fim, ela reforçou que “não existe como resolver o problema sem essa união de forças entre os diferentes setores da sociedade.”

Compromisso com a mudança

Para Mariana Cristina Ribeiro Goulart, coordenadora de Comunicação e Marketing do Grupo Neocenter, a adesão ao projeto é um reflexo do trabalho contínuo da instituição para garantir que todas as mulheres recebam atendimento digno e acolhedor, principalmente em momentos de vulnerabilidade. “A adesão ao Alerta Lilás é fundamental para que nossas equipes estejam preparadas para identificar sinais de violência doméstica e orientar as mulheres que buscam ajuda. Esta campanha não só oferece materiais informativos, como também visa treinar os profissionais para garantir que a saúde seja a primeira porta de acolhimento para essas vítimas”, afirmou Mariana Goulart.

Próximos passos

A distribuição de materiais da campanha está prevista para ocorrer a partir do lançamento e será complementada por treinamentos presenciais, que acontecerão na sede administrativa do Neocenter, com a presença da equipe de atendimento.

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