
Minas Gerais registrou, em julho de 2025, um saldo positivo de 3.497 novos postos formais de trabalho, resultado da diferença entre 242.337 admissões e 238.840 desligamentos, segundo levantamento realizado pelo Sebrae Minas, a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Apesar de permanecer no campo positivo, o desempenho representou uma retração de 85,5% em relação ao mês anterior.
As micro e pequenas empresas (MPE) mineiras foram as principais responsáveis pelo resultado, criando 6.206 vagas líquidas. Os dados confirmam a relevância dos pequenos negócios como alicerce do mercado de trabalho em Minas Gerais. Já as médias e grandes companhias encerraram o mês com saldo negativo de 2.650 postos.
Os setores que registraram melhor desempenho no mês de julho foram registrados em Comércio (2.583 vagas), Serviços (2.162) e Construção Civil (1.699). No detalhamento por atividades, destacam-se Supermercados (1.188), Cultivo de alho (909) e Construção de edifícios (508). Já o setor Agropecuária teve resultado negativo de 1.049 postos, impactado pelo saldo de -3.288 no cultivo de café, reflexo de fatores sazonais e oscilações da colheita.
Entre os admitidos, predominam homens (57,7%), jovens de 18 a 24 anos (28,8%), e pessoas com ensino médio completo (66,4%). O salário médio de admissão foi de R$ 2.018,44, pouco abaixo da média dos desligados (R$ 2.044,95).
De janeiro a julho, as MPE mineiras já abriram 104,5 mil novas vagas, o que equivale a 68,7% do total estadual. Ainda assim, o volume mostra uma redução de 6,3% em relação ao mesmo período do ano passado, sinalizando ritmo mais moderado de contratações. Os setores que lideraram a geração de empregos nas MPE foram Serviços (43.599), Agropecuária (28.341) e Construção Civil (12.552). No detalhamento por atividades, os destaques foram Cultivo de café (14.194), Cultivo de alho (4.014) e Serviços administrativos (2.862).
Contexto econômico e expectativa para os próximos meses
“Mesmo com o desempenho positivo, os sinais de moderação no ritmo de contratações são cada vez mais evidentes. Mesmo com efeitos sazonais da época, que influenciaram a queda na criação de novas vagas em comparação ao mês anterior, o saldo positivo de postos de trabalho ficou abaixo das expectativas do mercado, em linha com a tendência de desaceleração de indicadores nacionais.
Fatores como inflação, custo do crédito e incertezas macroeconômicas contribuem para maior cautela dos empresários nas decisões de contratação e investimento. Esse cenário sugere que, embora a criação líquida de vagas persista em algumas regiões e setores, o horizonte dos próximos meses permanece marcado por maior prudência empresarial e por risco de novo arrefecimento do ritmo de geração de emprego formal.
É preciso atenção ao movimento de moderação no ritmo de contratações em Minas Gerais. A tendência é de crescimento mais moderado, o que reforça a importância de políticas de apoio aos pequenos negócios”, avalia a analista do Sebrae Minas Bárbara Castro.
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