
A instabilidade financeira tem impactos que vão além do bolso. Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o endividamento das famílias brasileiras alcançou 78,8% em julho de 2025, um dos índices mais altos desde o início da série histórica. Esse cenário afeta não apenas a segurança econômica, mas também a saúde mental da população, já que a insegurança financeira pode intensificar sintomas de estresse, ansiedade e até depressão.
Fatores da instabilidade econômica
Para o professor Lowell Cruz, do curso de Gestão e Negócios da Una Jataí, a instabilidade é resultado de um conjunto de fatores internos e externos. “Problemas de gestão fiscal, baixa produtividade e burocracia, somados à dependência de commodities e às crises internacionais, criam um ambiente de incerteza que impacta diretamente o mercado de trabalho, os preços e, consequentemente, a vida das famílias”, explica.
Esse reflexo aparece no cotidiano, onde inflação, desemprego e endividamento caminham juntos. “O aumento de preços corrói o poder de compra, o desemprego reduz a renda e as dívidas limitam o consumo. Isso gera insegurança e, muitas vezes, prejudica a saúde mental das pessoas”, aponta Cruz.
Erros mais comuns e como se organizar
Outro ponto destacado pelo professor é a falta de preparo financeiro da população em momentos de crise. Entre os erros mais frequentes estão gastar mais do que se ganha, deixar de ter um orçamento, não formar reserva de emergência e tomar decisões impulsivas. “Existe um tabu em falar sobre dinheiro no Brasil. Esse silêncio dificulta a educação financeira e leva a escolhas arriscadas, como contrair dívidas desnecessárias ou investir em ativos de alto risco”, afirma.
Apesar das dificuldades, Cruz ressalta que é possível manter a organização financeira mesmo em períodos de incerteza. Ele recomenda mapear receitas e despesas, priorizar gastos essenciais, negociar dívidas e investir em educação financeira. “Encarar a realidade financeira é o primeiro passo para tomar decisões conscientes e adaptáveis”, reforça.
Cuidar do bem-estar também é importante
O lazer, muitas vezes visto como gasto supérfluo, também tem papel essencial nesse equilíbrio. “Uma pessoa emocionalmente estável toma decisões mais racionais sobre o dinheiro. Privar-se totalmente de momentos de descanso pode comprometer a saúde, o desempenho no trabalho e até a capacidade de planejamento financeiro. O importante é encontrar opções de lazer que caibam no orçamento”, orienta Cruz.
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