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Como o estresse atinge a saúde bucal

Tempo de leitura: 4 min

em 13/10/2025

Como o estresse atinge a saúde bucal

Dados do Institut Public de Soundage d’Opinion Secteur (IPSO) ranquearam o Brasil em 4º lugar entre os países com a população que mais se estressa. Na frente do Brasil estão Suécia, Turquia e Polônia, de acordo com o relatório do Global World Mental Health Day. Como o estresse tem impacto no organismo como um todo, a saúde bucal também é afetada.  

A integrante da Câmara Técnica de Periodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dra. Luciana Scaff Vianna, explica que são muitas situações que podem gerar estresse e desencadear alterações no organismo, inclusive na cavidade bucal. Entre os grupos que mais são atingidos pelo estresse, segundo a profissional, estão os estudantes em momento de vestibular, profissionais com grande carga de responsabilidade, mulheres grávidas e pessoas acometidas de doenças graves. 

“Prevenir o estresse é uma tarefa bem difícil atualmente, porém, uma vida saudável, com boa alimentação, horas suficientes de sono, atividade física, lazer e meditação, pode auxiliar na prevenção. Terapias podem ser necessárias com profissional especializado, terapeuta, psicólogo, práticas de relaxamento.”, orienta a Dra. Luciana Scaff. 

Uma das consequências do estresse para a saúde bucal é o bruxismo. A presidente da Câmara Técnica de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial do CROSP, Dra. Maria de Lourdes Accorinte, esclarece que o bruxismo tem duas classificações: o de vigília, que fazemos quando acordados, e o do sono, que fazemos quando dormimos. O bruxismo de vigília apresenta mais evidências científicas relacionadas com fatores emocionais. 

De acordo com a profissional, uma das características do bruxismo é o atrito e a pressão dos dentes, mas também pode ocorrer tensão e movimentação da mandíbula mesmo que os dentes não se encostem. Esse transtorno pode causar desgastes dentários, fraturas de restaurações, de próteses e até de implantes. Também aumenta o risco de disfunção temporomandibular (DTM), que afeta a articulação que fica à frente do ouvido, responsável pela movimentação da boca, o que pode promover estalos articulares, dores para mastigar ou abrir a boca, além de dores irradiadas na face, na cabeça e/ou na região cervical.

Dra. Maria de Lourdes explica que o especialista em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial possui um papel importante na manutenção da saúde bucal de pacientes com estresse, visto que estão capacitados para analisar os fatores físicos e os fatores emocionais correlacionados ao problema. O profissional pode diagnosticar e tratar as alterações físicas ocorridas e avaliar a possibilidade para tratamento multidisciplinar com profissionais da saúde mental, psicólogos e psiquiatras. 

“Os dispositivos interoclusais, como a placa de bruxismo, podem ser indicados para o controle dos efeitos deletérios sobre as estruturas da cavidade bucal, dentes, osso alveolar, gengiva e articulação temporomandibular (ATM). Encontramos na literatura científica que esses dispositivos apresentam-se como terapia  eficaz  para o controle do transtorno, contudo o especialista pode individualizar a terapia  para cada caso”, afirma a presidente da Câmara Técnica de DTM e DOF do CROSP. 

A especialista ressaltou que nem toda disfunção temporomandibular é causada pelo bruxismo, podendo ser originada de traumas, maus hábitos, fatores reumáticos e outras condições. 

O estresse também atinge os idosos e pode causar efeitos na saúde bucal desses pacientes. A presidente da Câmara Técnica de Odontogeriatria do CROSP, Dra. Denise Tibério, relata que o estresse em excesso, de modo frequente e intenso, causa comprometimento à saúde. Artigos afirmam que, por meio do estresse, há aceleração do envelhecimento imunológico e cognitivo. “Há uma diminuição na defesa orgânica do idoso frente às bactérias agressivas da cavidade oral e um risco maior de exacerbar o déficit cognitivo”, afirma a cirurgiã-dentista. 

A falta de cuidado da saúde bucal em idosos reflete o descuido que pode ocorrer no processo de envelhecimento. Se o idoso diminui a higiene bucal, há um maior risco de inflamação na gengiva e, com a inflamação crônica exacerbada e o declínio cognitivo, as toxinas caem na circulação, atingindo o cérebro. 

O Odontogeriatra possui conhecimento sobre o envelhecer em suas diversas fases. Inclusive, também possui base de conhecimento em relação aos efeitos da polifarmácia na cavidade oral, diminuição da nitidez visual e agilidade visual, dificuldade auditiva, mudança de paladar, alteração na força muscular e endurecimento das articulações. 

O Odontogeriatra é o profissional com as habilidades necessárias para lidar com os idosos, através dos procedimentos de prevenção, reabilitação e manutenção da saúde. Também realiza o acompanhamento dos quadros de saúde em que o paciente se apresenta. Além disso, com o auxílio de pastas de dente diferenciadas, enxaguatórios, escovas dentárias modificadas, os profissionais realizam a orientação e fazem o atendimento mais adequado. 

Entre as principais doenças bucais que o estresse pode causar estão doenças periodontais, cárie, lesões de mucosa (principalmente em idosos que fazem uso de polifarmácia e o impacto na imunidade) e transtornos como o de bruxismo, resultando em dor orofacial e fratura nos dentes.  

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