O varejo restrito em Minas Gerais, que comercializa bens essenciais, registrou queda de -0,6% em agosto em comparação com o mês de julho, conforme análise realizada pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG utilizando os dados mais recentes da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada pelo IBGE. A desaceleração foi menor do que a de -1,1% registrada em julho. O varejo ampliado também teve retração de -0,7% no estado em agosto. Varejo restrito e ampliado, em âmbito nacional, tiveram crescimento de 0,2% e 0,9% respectivamente.
Na comparação entre agosto de 2025 e agosto de 2024, Minas Gerais registrou uma desaceleração de -0,2%, desempenho inferior ao observado em agosto do ano anterior, quando registrou crescimento de 2,1%. As atividades que tiveram melhor desempenho na comparação mês atual com o mesmo mês do ano anterior foram: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 10,6%, combustíveis e lubrificantes, 7,0%.
Já no período entre janeiro e agosto de 2025, Minas Gerais obteve 1,5% de crescimento no varejo restrito. As atividades de livros, jornais, revistas e papelaria, 6,6%, e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 4,7%, apresentaram um cenário mais otimista para a atividade.
No acumulado em 12 meses, setembro de 2024 a agosto de 2025, o incremento do varejo foi de 1,5% em Minas Grais. As atividades de tecidos, vestuário e calçados registraram alta de 5,1%, assim como outros artigos de uso pessoal e doméstico, 3,9%.
Varejo ampliado – atacado, veículos, peças e material de construção
O segmento do varejo ampliado, representado por setores como comércio atacadista, veículos, peças e material de construção, registrou desaceleração no mês de agosto de -0,7% em relação a julho. No contexto nacional, o ampliado apresentou uma aceleração de 0,9% na comparação mensal.
Na comparação entre o mês de agosto de 2025 e agosto de 2024, Minas Gerais apontou uma desaceleração de -3,8% no comércio ampliado. Entre as atividades que compõem o indicador, as de veículos, motocicletas, partes e peças com -8,7% e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, -13,0% registraram desaceleração.
A economista da Fecomércio MG, Fernanda Gonçalves, analisa que o resultado de -0,6% para o comércio varejista de Minas Gerais em agosto evidencia os desafios enfrentados pelo setor. Embora a queda tenha sido mais acentuada que a média nacional, ela foi menos intensa em comparação a julho, quando o desempenho foi de -1,1%. Esse cenário reflete a cautela dos consumidores, influenciada pelas elevadas taxas de juros, que encarecem o crédito e restringem compras a prazo e financiamentos. Como consequência, há uma retração no consumo das famílias, ao mesmo tempo em que os investimentos financeiros se tornam mais atrativos. Esse cenário também impacta negativamente os investimentos das empresas do comércio, dificultando a ampliação e melhorias devido ao aumento dos custos para obtenção de recursos.
Apesar desse panorama desafiador, Gonçalves destaca que “o mercado de trabalho aquecido, o ganho real das famílias e as expectativas geradas pelas datas comemorativas podem contribuir positivamente para o volume de vendas do comércio varejista”.
O varejo ampliado registrou desaceleração nos últimos 12 meses, de setembro de 2024 a agosto de 2025 no estado de -0,3%. Duas das três atividades que contribuem para o varejo restrito e consolidam o ampliado registraram uma aceleração em Minas, sendo veículos, motocicletas, partes e peças com 3,4% e material de construção com 1,9%.
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.