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“O Labirinto da Origem” traz programação gratuita com grandes nomes das artes e da literatura

Tempo de leitura: 8 min

em 23/10/2025

“O Labirinto da Origem” traz programação gratuita com grandes nomes das artes e da literatura

De 31 de outubro a 8 de novembro, Belo Horizonte recebe a mostra O Labirinto da Origem, evento gratuito que reúne debates, conferências, filmes, oficinas, performances e lançamentos de livros. As atividades acontecem na Academia Mineira de Letras e no Museu da Moda, além de centros culturais da cidade.

O projeto parte da ideia de que a origem não é um ponto fixo, mas um processo vivo, múltiplo e aberto a novas leituras. “Pensamos a origem como movimento e multiplicidade. Ela pode ser entendida tanto na cosmogonia de diferentes culturas, quanto na maternidade, na infância ou na memória que carregamos. O evento é um convite a olhar para essas muitas formas de começo”, explica a idealizadora Mônica de Aquino, poeta e pesquisadora que há anos investiga o tema em sua obra.

A programação traz nomes de destaque da literatura e das artes, como Leila Danziger, que abre o evento com a conferência A origem no turbilhão, o poeta Edimilson de Almeida Pereira, a escritora Marília Garcia, e a artista visual Aline Motta, que encerra o encontro com a performance A Filha Natural. Também participam Prisca Agustoni, Laura Belém, Anna Cunha, Edith Derdyk, Virginia Barros e Sabrina Sedlmayer, entre outros.

O projeto contará, ainda, com duas apresentações online: a live de abertura do evento, no dia 27/10, às 17h30, “O começo do Mundo”, com Kátia Maciel, seguida de conversa com a escritora e idealizadora do evento Mônica de Aquino, e uma palestra de encerramento no dia 13 de novembro. Com o título “Dupla Escuta. A disputa pelo audível na literatura contemporânea” o professor e pesquisador da Universidade de Nova York, Gabriel Giorgi, apresentará, na palestra, algumas das linhas de força da sua pesquisa atual.

Segundo Mônica, a diversidade da programação busca criar conexões inesperadas entre áreas distintas do saber. “O Labirinto da Origem não é um espaço de respostas, mas de perguntas. Queremos cruzar vozes, linguagens e perspectivas para pensar de onde viemos e como seguimos nascendo, no corpo, na arte, na vida coletiva”, afirma. 

PROGRAMAÇÃO

O evento se divide em duas semanas. Nos dias 31/10 e 1/11, as atividades acontecem na Academia Mineira de Letras. De 4 a 6/11, oficinas e rodas de conversa ocupam centros culturais de diferentes regionais de Belo Horizonte, ampliando o alcance da mostra. Nos dias 7 e 8/11, o Museu da Moda recebe mesas de debate, painéis, filmes e performances.

Academia Mineira de Letras

Na primeira semana, a programação acontecerá na Academia Mineira de Letras, localizada na Rua da Bahia, 1466 – Centro, Belo Horizonte. Na sexta-feira, 31/10, às 16h30 acontece a aula aberta de Jacyntho Lins Brandão, presidente da AML, professor emérito da UFMG e doutor em Letras (Letras Clássicas) pela USP, abordando a cosmogonias da zona de convergência cultural do Oriente Médio (sumérios, babilônios, hititas, hebreus, gregos).

Em seguida, às 17h30, será exibido o curta-metragem documental A era de Lareokoto (2019), com direção da antropóloga e cineasta Rita Carelli, que explora o cotidiano da aldeia Enawenê-Nawê, no Mato Grosso, durante a Copa do Mundo, e traz narrativas míticas de origem a partir do olhar desta. 

Logo após a exibição às 18h15, teremos a mesa de debate “O começo, o meio e o começo”, que irá debater a origem como narrativa e circularidade com um olhar sobre a ancestralidade tendo a frase icônica de “A terra dá a terra quer”, de Nego Bispo, como ponto de partida. Entre os convidados para esse debate estarão Edimilson de Almeida Pereira, poeta, ficcionista, ensaísta, professor e pesquisador da cultura e da religiosidade afro-brasileiras; Adalberto Muller, professor,  tradutor e escritor que atualmente desenvolve projeto sobre tradução de textos das cosmologias tupi-guarani (sobretudo Mbyá e Kaiowá); e com a mediação de Fernanda Regaldo que é editora da revista Piseagrama e autora de ‘A Natureza Mora ao Lado’, que liderou o processo de edição do livro “A terra dá a terra quer”, de Nego Bispo.

Fechando a programação na sexta-feira às 20h, acontece a conferência de abertura “A origem no turbilhão” com Leila Danziger, professora Associada do Instituto de Artes da UERJ, pesquisadora e poeta. A artista que tem origem judia pesquisa em seu trabalho registros documentais impressos partindo muitas vezes das negociações entre a memória familiar e as construções das memórias coletivas, além da maternidade.

No sábado, dia 1/11, a programação inicia às 10h, com a mesa “No mundo flutuante” que trará um debate da criação artística a partir da natureza, não só como tema mas como modo de pensar e matéria prima. São convidadas para esta mesa a artista Laura Belém que produz trabalhos nos campos da instalação, da escultura, da fotografia e do desenho; Prisca Agustoni escritora e poeta suíça radicada no Brasil, que ganhou prêmio Portugal Telecom com seu livro de poesias “O Gosto Amargo dos Metais”, escrito a partir dos crimes ambientais de Mariana e Brumadinho. A mediação da mesa será do arquiteto e urbanista Roberto Andrés, autor do livro A Razão dos Centavos.

Em seguida, às 11h30, será uma conversa com a poeta, artista, tradutora e editora Marília Garcia sobre a influência da maternidade no seu processo criativo, seguida da última performance da artista, “Lia, Mira, Maria”.

Finalizando o sábado, às 12h45 o evento realiza o lançamento de livros dos autores: “Porte Étoile” (Editora Cobalto) de Edimilson de Almeida Pereira;”Quimera” (Círculo de Poemas) Prisca Agustoni; e “Pensar com as mãos” (WWF Martins Fontes) e “Escolha uma palavra” (Companhia das Letras) de Marília Garcia.

Centros Culturais

Entre 3 a 6/11, o projeto realiza ações descentralizadas nos centros culturais municipais, com oficinas voltadas principalmente ao público feminino,  que pensam a origem sempre com suas perspectivas a partir do processo criativo. Para participar os interessados poderão se inscrever pelo link disponível na bio do perfil no Instagram do projeto (@dizersim).

Na oficina “No princípio era o corpo”, a artista multifacetada Ludmilla Ramalho explora as fronteiras entre performance, dança, teatro, e convidará as participantes a explorar a expressão corporal a partir desta ideia de origem. A oficina acontecerá no dia 4/11, das 14h às 17h, no Centro Cultural Venda Nova.

Na oficina “No princípio era o desenho”, com a artista Bela Righ, os participantes são convidados a pensar o desenho como uma primeira expressão humana ainda na infância e também no campo macrológico, umas vez que os desenhos rupestres são uns dos primeiros registros da humanidade. A oficina acontecerá no dia 5/11, das 14h às 17h, no Centro Cultural Vila Marçola.

A ilustradora mineira Anna Cunha irá ministrar a oficina “No princípio era a Infância”, em que mostrará seu processo de produção de livros infantis, convidando as crianças para mergulhar na criação de ilustrações. A oficina acontecerá no dia 6/11, das 13h às 16h, no Centro Cultural Bairro das Indústrias.

Museu da Moda

No último fim de semana, o evento ocupa o Museu da Moda, localizado na Rua da Bahia, 1149. Na sexta-feira, dia 7/11, às 17h, a Mesa “Reler o mundo a partir da infância” convida a uma pintora, desenhista, designer gráfico e escritora Edith Derdyk, e a artista plástica e ilustradora de livros Anna Cunha, com a mediação da pesquisadora Fabíola Farias atuante na política e na promoção do livro e da leitura, em especial nas infâncias. 

Em seguida, às 19h, a Mesa “Nadar no rumor dos filhos” trará como convidadas mulheres que abriram novos caminhos de interesses a partir da maternidade e da sua relação com os filhos. Entre as convidadas, estão a escritora e professora da Faculdade de Letras da UFMG Sabrina Sedlmayer que a partir de uma restrição alimentar do filho passou a pesquisar também a área da culinária; a estilista e designer de sapatos Virgínia Barros, e a pesquisadora e pesquisadora Carolina Fenati que passa a trazer a temática da maternidade em suas obras após se tornar mãe. A conversa terá como mediadora  Mônica de Aquino.

No último dia, sábado, 8/11, às 10h30, será exibido o documentário “Yaõkwa” – direção de Rita Carelli e Vicent Carelli, no filme que narra o emocionante reencontro dos índios Enauwene Nawe com imagens suas registradas em um grande ritual, há 30 anos, em que as diferentes gerações se reconhecem. 

Em seguida, às 11h, a mesa “Emaranhar a memória”. Entre as convidadas estão artista Aline Motta que combina diferentes técnicas e práticas artísticas que de forma crítica, reconfiguram memórias, em especial as afro-atlânticas, criando novas narrativas com configuração não linear de tempo; a artista e professora na Belas Artes da UFMG Isabela Prado, que tem como um dos trabalhos marcantes as intervenções urbanas pela cidade de Belo Horizonte sinalizando a existência de rios que foram ocultados da paisagem. O mediador será Gustavo Silveira Ribeiro, crítico, pesquisador e professor de Literatura Brasileira da Faculdade de Letras da UFMG.

Finalizando a programação às 12h30, haverá a apresentação da performanceA Filha Natural“, de Aline Motta, em que a artista traça uma análise inédita de iconografia histórica e relatos orais de sua própria família, criando hipóteses possíveis sobre as origens de sua tataravó.

Sobre Mônica de Aquino

Idealizadora do O Labirinto da Origem, Mônica de Aquino é poeta e produtora cultural e nasceu em Belo Horizonte em 1979. Publicou Sístole (Editora Bem- te-vi, 2005), Fundo Falso (Relicário Edições, 2018), Continuar a nascer (Relicário Edições, 2019) e Linha, Labirinto (Edições Macondo, 2020), lançado também em Portugal (Não Edições, 2022). Fundo Falso venceu o Prêmio Cidade de Belo Horizonte em 2013 e foi finalista do Prêmio Jabuti em 2019. Participou de diversas coletâneas, antologias e eventos no Brasil e no exterior. É autora de cinco livros infantis, todos pela Editora Miguilim. Mônica é referência na literatura contemporânea mineira e atualmente prepara a antologia O Labirinto da Origem e seu quinto livro de poemas, que será publicado em 2026 no Brasil e na Argentina.

Labirinto da origem

O projeto O Labirinto da Origem é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. O projeto acontece também em parceria com a Academia Mineira de Letras, no âmbito do “Plano Anual Academia Mineira de Letras – AML (PRONAC 248139)”, previsto na Lei Federal de Incentivo à Cultura, que tem o patrocínio do Instituto Unimed-BH – por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil e setecentos médicos cooperados e colaboradores.

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