Catadores de material reciclável autônomos garantem que toneladas de resíduos voltem à cadeia produtiva e ajudam a preservar o meio ambiente. Mesmo assim, seguem sendo uma das categorias mais invisibilizadas do país. Em Belo Horizonte, os catadores e catadoras autônomos de materiais recicláveis são protagonistas do Conexão Cidadã, projeto da Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat) em parceria com a Fundação Banco do Brasil, que já formou uma rede de 500 trabalhadores e trabalhadoras na capital mineira e segue expandindo as regiões atendidas.
As ações acontecem por meio de contato direto com os catadores e catadoras, prestando orientação e apoio a quem vive da coleta de recicláveis nas ruas da cidade. Em Belo Horizonte, projeto conta com o apoio da Prefeitura de Belo Horizonte e do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (INSEA). Em algumas ações, participam também o Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) — responsável por acompanhamento socioassistencial e encaminhamentos para a rede de proteção — e o Consultório de Rua, que promove a vacinação e ações de saúde.
Segundo levantamento do Conexão Cidadã Belo Horizonte, muitos catadores e catadoras vivem em condições de vulnerabilidade: 71% estão em situação de rua e 86% das pessoas se autodeclaram pretas ou pardas. A insegurança alimentar também é alarmante — uma em cada três pessoas fez apenas uma ou nenhuma refeição no dia anterior à entrevista. Ainda assim, são esses trabalhadores e trabalhadoras que sustentam parte essencial da economia circular, garantindo que os resíduos sejam reaproveitados e reduzindo a pressão sobre os recursos naturais.
O Conexão Cidadã atua justamente para responder a essa realidade, em busca de levantar políticas públicas que deem assistência a esses catadores e catadoras autônomas em todo o país.
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