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Descarte incorreto de medicamentos ameaça o meio ambiente e a saúde pública, alerta especialista

Tempo de leitura: 3 min

em 06/11/2025

Descarte incorreto de medicamentos ameaça o meio ambiente e a saúde pública, alerta especialista

Cerca de 14 mil toneladas de medicamentos perdem a validade todos os anos no Brasil, segundo relatório da Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado Federal. Apesar disso, uma pesquisa do Conselho Federal de Farmácia (CFF), realizada em parceria com o Instituto Datafolha, aponta que 70% da população ainda descarta esse tipo de resíduo de maneira incorreta — no lixo comum ou no vaso sanitário.

O resultado desse hábito representa graves riscos ambientais e à saúde pública, como alerta Adriana Nascimento, professora do curso de Farmácia do UniBH – integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil, o Ecossistema Ânima. Segundo a especialista, ao serem descartados de forma inadequada, os medicamentos liberam substâncias químicas ativas que podem contaminar o solo, rios, lagos e lençóis freáticos, além de expor trabalhadores da coleta e reciclagem a substâncias tóxicas. “Esses compostos permanecem ativos por longos períodos e alteram o metabolismo de organismos vivos, interferindo nos ciclos naturais e desequilibrando o ecossistema”, afirma.

Entre os principais fármacos que causam impacto ambiental estão antibióticos, hormônios, analgésicos, anti-inflamatórios, antidepressivos e anticonvulsivantes. A presença desses resíduos no meio ambiente pode provocar um problema ainda mais preocupante: a resistência bacteriana. “Quando antibióticos são descartados inadequadamente, podem tornar bactérias presentes no ambiente resistentes, o que traz sérios riscos à saúde da população”, explica.

Ainda de acordo com a docente, além do comportamento inadequado da maioria dos brasileiros, a falta de orientação e de pontos de coleta acessíveis agrava o cenário. “Ainda faltam campanhas educativas e infraestrutura adequada, especialmente em cidades pequenas e áreas rurais”, aponta.

Para enfrentar esse problema, Nascimento destaca que o Brasil conta, desde 2020, com o Decreto nº 10.388, que instituiu a política de logística reversa de medicamentos de uso domiciliar. A norma estabelece que farmácias e drogarias de municípios com mais de 100 mil habitantes precisam disponibilizar pontos de entrega voluntária para recolhimento de medicamentos vencidos ou em desuso. “Medicamentos vencidos ou em desuso, além de blisters, frascos e ampolas com o produto podem ser entregues nos pontos de coleta. Já seringas, agulhas, materiais cortantes, pilhas, curativos, gaze e similares não podem ser descartados”, explica.

Após coletados, os resíduos seguem para unidades especializadas em tratamento de resíduos químico, passando por processos controlados, como a incineração em altas temperaturas, que desativa a toxicidade e evita a emissão de poluentes no ar. “A destinação final deve obedecer aos critérios ambientais. Uma destruição sem controle pode liberar contaminantes no ar, causando novos problemas”, explica a farmacêutica.

Antes da entrega, a professora orienta que os dados pessoais dos pacientes sejam removidos de embalagens de medicamentos manipulados, e que os produtos não sejam abertos. Sempre que possível, devem permanecer em sua embalagem original — e, caso isso não seja viável, devem ser acondicionados separadamente em sacos plásticos bem fechados.

Educação para mudar a realidade

Adriana reforça que o farmacêutico é a referência para dúvidas sobre medicamentos e deve exercer papel ativo na conscientização da sociedade, por meio de ações educativas e campanhas públicas. Instituições de ensino e unidades de saúde também precisam ampliar iniciativas informativas sobre o descarte correto. “A orientação essencial é simples: nunca jogue medicamentos no lixo comum ou no vaso sanitário. Se não houver ponto de coleta na cidade, o posto de saúde pode receber e encaminhar o material corretamente”, afirma acrescentando que mais do que uma medida ambiental, o descarte consciente de medicamentos é uma questão de responsabilidade coletiva e cuidado com a saúde das próximas gerações.

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