Fundadora do Movimento da Primeira Infância em BH, fala sobre como a criação de creches pode ser um marco no apoio e desenvolvimento das crianças e famílias.
A ampliação do número de creches é uma questão central para o desenvolvimento infantil e o apoio às famílias, especialmente para aquelas que enfrentam desafios diários na conciliação entre vida profissional e cuidados com os filhos pequenos. Ana Flávia Patrus, advogada, mãe, e fundadora do Movimento da Primeira Infância em Belo Horizonte, tem se dedicado incansavelmente a esta causa, destacando a necessidade urgente de expandir e melhorar a rede de creches em Belo Horizonte e em todo o Brasil.
Com mais de 20 anos de experiência no poder público, Ana Flávia liderou a criação de 89 creches em Belo Horizonte por meio de parcerias público-privadas. “A maternidade foi um divisor de águas na minha vida, inspirando-me a criar o Movimento Pró-Primeira Infância BH. Esse movimento é dedicado a garantir que nossas crianças tenham o melhor começo de vida possível, e as creches são uma peça fundamental nesse processo”, afirma Ana Flávia.
Os dados reforçam a urgência dessa questão. Segundo informações de 2019 da Fundação Maria Cecília Vidigal, aproximadamente 47% das crianças em Belo Horizonte, com idades entre 0 a 3 anos, precisam frequentar creche. Além disso, 30% das mães economicamente ativas permanecem fora do mercado de trabalho porque não têm com quem deixar seus filhos. “É inaceitável que tantas mães fiquem impossibilitadas de trabalhar devido à falta de vagas em creches. Precisamos agir para mudar essa realidade”, destaca Ana Flávia.
Ela aponta que muitas creches em Belo Horizonte poderiam oferecer mais vagas, mas enfrentam barreiras burocráticas, estruturais e financeiras que dificultam seu credenciamento junto à Secretaria Municipal de Educação. “Nosso objetivo é trabalhar em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, oferecendo apoio técnico e promovendo uma interlocução que minimize a capacidade ociosa dessas creches. Queremos abrir novas vagas e proporcionar às mães a liberdade de escolher se querem ou não trabalhar fora”, afirma.
De acordo com dados de 2022 do IBGE, Belo Horizonte tem aproximadamente 161 mil crianças com idades entre 0 e 6 anos, representando 7% da população total do município. No Censo Escolar de 2018, Belo Horizonte contava com 873 escolas ativas com oferta de educação infantil, das quais 186 eram públicas e 687 particulares. Entre essas instituições, 833 atendiam crianças de zero a três anos e 830 recebiam crianças de quatro a cinco anos. “A estrutura está longe de ser suficiente para atender a todas as necessidades da população. Precisamos expandir as creches públicas e facilitar o credenciamento das particulares para garantir que todas as crianças tenham acesso à educação infantil de qualidade”, reforça Ana Flávia.
Além de proporcionar um ambiente seguro e estimulante para as crianças, as creches desempenham um papel vital no apoio às famílias, especialmente às mães que desejam ou precisam voltar ao mercado de trabalho. “A ampliação das creches é uma questão de justiça social, que não apenas apoia o desenvolvimento saudável das nossas crianças, mas também empodera as mães, permitindo que elas tenham mais autonomia sobre suas vidas profissionais”, conclui Ana Flávia.
O Movimento Pró-Primeira Infância BH, liderado por Ana Flávia Patrus, segue firme no compromisso de lutar pela ampliação e melhoria das creches em Belo Horizonte, acreditando que investir na primeira infância é investir no futuro de toda a sociedade.
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