Belo Horizonte é, oficialmente, a Capital da Corrida de Rua. A definição, sancionada pelo prefeito Álvaro Damião e publicada no Diário Oficial do Município (DOM) nesta segunda-feira (24/11), reconhece uma realidade já percebida nas ruas: a cidade vive um dos momentos mais consistentes da sua cultura esportiva, com milhares de praticantes, dezenas de provas anuais e uma economia turística em franca expansão graças ao calendário de corrida. A lei surge como instrumento para organizar, ampliar e fortalecer esse movimento.
O texto estabelece que o objetivo da nova política é consolidar BH como referência nacional no setor, incentivar a prática esportiva e fomentar negócios e turismo relacionados às corridas. Na prática, a lei cria um guarda-chuva institucional que facilita parcerias com a iniciativa privada, apoios logísticos, campanhas de estímulo e a inclusão das principais provas no Calendário Oficial de Festas e Eventos da cidade (Cofem-BH). O reconhecimento também abre espaço para investimentos estruturais e para a qualificação das provas já existentes.
A medida chega em um momento simbólico para o esporte na capital: a aproximação da primeira edição da Maratona Oficial de Belo Horizonte, marcada para maio de 2026. Com percurso de 42 quilômetros, largada na Praça da Estação e roteiro que conecta ícones urbanos, culturais e arquitetônicos, a prova já nasce com status de grande evento nacional. O trajeto, desenhado em parceria com a BHTrans, passa por pontos como Horto Florestal, Arena MRV, Via 710, Viaduto Itamar Franco e importantes corredores viários, valorizando tanto a performance do atleta quanto a paisagem da cidade.
Além da prova principal, a maratona prevê uma programação que ocupa Belo Horizonte por quatro dias, incluindo a Corrida Central (5km), a Corrida Kids no Parque Municipal, encontros de grupos de corrida, atividades culturais e a Vila da Maratona, espaço de convivência com gastronomia, música, palestras e expositores. A expectativa é reunir 19 mil corredores e movimentar significativamente setores como hotelaria, bares, restaurantes, comércio e transporte, gerando impacto econômico semelhante ao observado em cidades-sede de grandes provas nacionais e internacionais.
O decreto que transforma BH na Capital da Corrida de Rua reforça também a importância de políticas contínuas para prática esportiva cotidiana. Segundo a prefeitura, a nova diretriz busca estimular a população a correr, promovendo saúde, bem-estar e uso qualificado do espaço urbano. Com a maratona, essa vocação se materializa em escala ampliada, inserindo a cidade de forma definitiva no circuito das grandes corridas do país.
Para os organizadores da Maratona Oficial de Belo Horizonte, o reconhecimento chega em sintonia com o propósito do evento. Lucas Condurú Davis, organizador da prova, afirma que a cidade já tinha identidade de corrida, mas agora também tem respaldo legal. “A maratona nasce com a intenção de unir desempenho e identidade local. Criamos um percurso rápido, técnico e ao mesmo tempo profundamente belo, que valoriza o atleta e exibe o melhor de Belo Horizonte.
Com o título oficial, a capital mineira assume o protagonismo de um esporte que molda rotinas, movimenta a economia e fortalece o sentimento de pertencimento aos espaços públicos. E, em maio de 2026, dará seu maior passo nessa trajetória, com uma maratona que promete marcar a história do esporte na cidade.
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