
No dia 1 de outubro é celebrado o Dia Internacional do Idoso e os dados apontam que o Brasil está envelhecendo em ritmo acelerado. De acordo com pesquisa do Censo Demográfico 2022, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas com 65 anos ou mais no Brasil chegou a 10,9% da população, um aumento de 57,4% em 12 anos. Em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do país serão idosos. Este cenário traz à tona a importância de preparar os lares para oferecer mais conforto, acessibilidade e segurança para essa população.
A arquiteta e urbanista Manuela Lolato, especialista em projetos residenciais para públicos de diferentes faixas etárias, explica que adaptar os espaços da casa não é apenas uma questão estética, mas sim de prevenção e qualidade de vida. “Grande parte dos acidentes domésticos envolvendo idosos acontece em ambientes simples, como banheiros e escadas. Pequenas mudanças podem evitar quedas e garantir mais autonomia para quem quer continuar vivendo em casa por muitos anos”, destaca.

Quais adaptações são necessárias?
Para garantir que casas e apartamentos ofereçam segurança e conforto aos idosos, a arquiteta afirma que algumas medidas são essenciais, como por exemplo:
Banheiro: prever espaço para barras de apoio próximas ao vaso sanitário e ao box, pisos antiderrapantes e box com portas largas;
Iluminação: ambientes bem iluminados, com quantidade de luz adequada para cada hora do dia para conforto do idoso. Luz em excesso pode atrapalhar e, dependendo do momento, pode irritar. A luz dimerizável, por exemplo, é uma boa opção, pois permite variar a intensidade de luz;
Circulação: retirar tapetes soltos e escorregadios, móveis excessivos e obstáculos que dificultem a locomoção;
Acessibilidade: optar por deixar objetos em altura de fácil alcance, sem precisar recorrer a escadas, banquinhos e agachamentos;
Escadas e desníveis: instalar corrimões nos dois lados, sinalizar os degraus e prever espaço para plataformas.
Além das adaptações, a arquiteta salienta a importância de usar materiais de qualidade e pensar no longo prazo. Em cada projeto residencial é fundamental fazer uma previsão, por exemplo, de espaços para elevadores ou uma plataforma para melhorar a locomoção, além de portas mais largas e circulações confortáveis. “Se queremos uma casa para envelhecer, temos que fazer tudo já pensando no futuro”.
Para a especialista, não se trata de transformar o espaço em um ambiente hospitalar, mas sim um lar acolhedor e adaptado às necessidades dessa fase da vida. “Um bom projeto alia funcionalidade e estética para que os idosos possam manter sua independência com conforto e segurança”, finaliza.