Professor do curso de Gestão e Negócios no UniBH, Fernando Sette Jr explica que, embora a temporada seja boa para esses profissionais autônomos, é necessário planejamento para lucrar de verdade
Nos últimos anos Belo Horizonte entrou oficialmente na rota dos destinos concorridos em fevereiro. Responsável por um dos maiores carnavais de rua do Brasil, a capital mineira espera receber, em 2024, cerca de 5,5 milhões de foliões para curtir mais de 500 blocos e infinitas opções de festas ao longo da semana.
Tais números demonstram – além de uma paixão enorme do brasileiro pelo carnaval – um movimento aquecido da economia nesse período, sobretudo para vendedores ambulantes que atenderão uma demanda muito acima do que é de costume. De acordo com muitos deles, a data é comparada a um “décimo terceiro” para a categoria. Mas afinal, quanto um ambulante pode lucrar durante os dias de folia? É o que conta o economista e docente do Centro Universitário UniBH, Fernando Sette Jr.
“O carnaval se consolidou nos últimos anos e tem atraído cada vez mais ambulantes para a festa, principalmente pessoas que pretendem, de alguma maneira, complementar suas rendas. Tendo em vista a quantidade de blocos que cidade recebe e a amplitude do credenciamento, um vendedor ambulante pode lucrar de duas a três vezes o que for investido em mercadoria”, destaca, considerando que no ano passado, a estimativa de lucro para esse público era de 150%, com uma previsão de 250 mil foliões a menos do que a cidade receberá neste ano.
Com a alta demanda, cresce também a concorrência. De acordo com dados da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), 20.899 ambulantes cadastraram-se para trabalhar no Carnaval de Belo Horizonte em 2024. O número é o maior da história da folia na capital e representa um aumento de 29% em comparação com o ano passado, quando 16.117 trabalhadores se inscreveram.
“O lucro varia. E para além da concorrência, há outras situações variáveis que imperam sobre esse lucro, como a experiência do próprio ambulante, o tamanho do público de cada bloco e até mesmo a diversificação nas formas de pagamento – barracas que aceitam pix e todas as bandeiras de cartão, por exemplo”, aponta.
Há também aqueles que empreendem além para atender melhor a alta clientela. Edna dos Santos, ambulante há 12 anos, é uma das adeptas a um reforço no atendimento: “Para este ano o meu carrinho conta com um auxiliar e um repositor. É tanta gente e tanta coisa pra fazer, que não dá pra tocar tudo sozinha”, conta.
O professor ainda destaca que há outras maneiras de se planejar para obter um lucro melhor com as vendas nesta temporada: “O vendedor deve buscar um melhor preço com o fornecedor dos produtos que pretende vender. Além disso, tentar fazer a venda de produtos complementares, como por exemplo, o combo cerveja e pacotinho de amendoim. A venda vai para além da cerveja, e há um aumento considerável do lucro quando planejamento e criatividade entram no jogo” conclui.
Informações: AssCom
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