A cada ano, a Páscoa movimenta bilhões de reais no Brasil, transformando simples barras de chocolates em verdadeiras minas de ouro para quem sabe aproveitar a oportunidade. Mas, para muitas pessoas, a data ainda é sazonal, poucos enxergam o negócio como lucrativo o ano inteiro. Raphael Mattos, especialista em estratégia de vendas, negócios e empreendedorismo, discorda: “O grande erro de quem busca uma renda extra na Páscoa é tratar como se fosse um bico passageiro, quando na verdade, com uma estratégia bem estruturada, essa pode ser a porta de entrada para um negócio sustentável e lucrativo ao longo de todo o ano”, diz.
O primeiro passo: planejamento estratégico
Antes de derreter o primeiro pedaço de chocolate, é preciso estruturar um plano básico de negócios. Um erro comum entre os iniciantes é começar a produção sem calcular custos ou definir uma estratégia clara de precificação e vendas. “Muita gente foca apenas no produto, mas esquece que um bom negócio começa no papel. Fazer um planejamento básico evita prejuízos e aumenta as chances de sucesso”, revela Mattos.
Para estruturar a operação, três pilares são essenciais. O primeiro é fazer uma pesquisa de mercado, analisando os preços praticados na região, entendendo o que os concorrentes estão vendendo e quais produtos têm mais apelo para o público-alvo. Depois, é hora de definir um mix de produtos: escolha um cardápio enxuto e estratégico, focando na qualidade e diferenciação. “Menos é mais. Não adianta oferecer tudo logo de cara, comece com opções testadas e que tenham boa aceitação”, recomenda.
Por fim, calcule os custos e faça a precificação: liste todos os insumos, desde o chocolate, embalagens até o gás e a energia elétrica, e defina um preço que cubra e ainda gere margem de lucro, geralmente isso fica 3X acima do que foi gasto. E saiba que não existe milagre. De acordo com Raphael, “se o preço não for bem calculado, a pessoa pode vender muito e ainda assim não vai lucrar.”
Com um planejamento sólido, chega o momento de atrair clientes. E aqui, outro erro comum é depender apenas da indicação boca a boca sem utilizar ferramentas de marketing digital. “As redes sociais são a principal vitrine para um negócio de venda direta hoje em dia. Quem sabe usar o Instagram, WhatsApp e TikTok de forma estratégica consegue escalar rapidamente”.
Mas e depois da Páscoa? Como transformar a renda extra em um negócio duradouro?
Muitos que começam a empreender na Páscoa, logo depois da data desistem, sem perceber que poderiam dar continuidade ao negócio. Raphael Mattos reforça que, com ajustes estratégicos, o que começou como uma renda extra pode se tornar um faturamento recorrente.
“Existem diversas oportunidades ao longo do ano para quem trabalha com doces e chocolates. Datas como Dia das Mães, Dia dos Namorados, Festa Junina e Natal são momentos perfeitos para manter a operação funcionando. Quem fideliza clientes agora já está meio caminho andado para vender o ano inteiro”, explica.
Raphael, que é formado em universidade americanas em Administração de Empresas e Gestão Geral, sugere que para manter a recorrência, o empreendedor adote estratégias, como criar kits personalizados para diferentes ocasiões, expandir o portfólio com produtos para aniversários e eventos corporativos, construir uma base de clientes fiéis, oferecendo promoções exclusivas e atendimento diferenciado e investimento no marketing digital com criação de conteúdo para engajar o público.
“Empreender não significa necessariamente largar o emprego. Mas quem aprende a vender, se organizar e expandir suas oportunidades, consegue sair da dependência do salário fixo e ganhar autonomia financeira”, explica Mattos.
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