
Desde o princípio da vida humana, os microrganismos sempre estiveram presentes, desempenhando funções essenciais na manutenção da saúde, mas também, sendo responsáveis por inúmeras doenças. Bactérias, vírus, fungos e protozoários, causadores de enfermidades que há um certo tempo pareciam erradicadas, seguem inclusive como alvo de estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o desenvolvimento de novas vacinas, conforme explica Allan Munford, gerente regional LATAM de Marketing para Diagnósticos Sindrômicos da QIAGEN.
“Nem todos os microrganismos são prejudiciais, a exemplo da microbiota que habita nosso corpo e tem papel fundamental na digestão e na regulação do sistema imunológico. Por outro lado, existem patógenos que precisam ser constantemente estudados a fim de se encontrar novas maneiras de prevenção, diagnóstico e tratamento, rumo à erradicação. Tuberculose, pneumonias bacterianas, gripes, HIV, malária e meningite estão entre as 17 prioridades máximas da OMS para o aprimoramento ou desenvolvimento de novas vacinas”, aponta o executivo.
A iniciativa da Organização Mundial da Saúde, conforme cita Munford, diz respeito a uma lista de doenças causadas por diferentes microrganismos e publicada no final de 2024 na revista eBioMedicine, que devem ser combatidas por meio da imunização. No levantamento, foram priorizados os patógenos de alta incidência e letalidade nas diferentes regiões contempladas pela OMS (África, Américas, Europa, Mediterrâneo Oriental, Pacífico Ocidental e Sudeste Asiático), assim como os que apresentam maior potencial de resistência antimicrobiana.
Patógenos para os quais a pesquisa de vacinas é necessária, envolvem Streptococcus do grupo A, vírus da hepatite C, HIV-1 e Klebsiella pneumoniae. Entre os agentes em que as vacinas devem ser mais desenvolvidas, estão citomegalovírus, vírus da gripe, espécies de Leishmania (protozoário), Salmonella não tifoide, norovírus, Plasmodium falciparum (protozoário causador da malária), espécies de Shigella e Staphylococcus aureus.
Algumas vacinas que já estão em aprovação regulatória ou processo de adesão, contemplam o vírus da dengue, Streptococcus do grupo B, E. coli patogênica extraintestinal, Mycobacterium tuberculosis (bacilo da tuberculose) e VSR (vírus sincicial respiratório, causador da bronquiolite).
Diagnósticos disponíveis
Em meio à corrida das vacinas, Munford destaca a importância da tecnologia atrelada aos diagnósticos moleculares, o que tem permitido a construção e adoção em larga escala de exames como o teste sindrômico. Também conhecido como teste PCR multiplex rápido, ele é um teste rápido, preciso e abrangente, que permite investigar diferentes patógenos simultaneamente e descobrir, inclusive, se o paciente está contaminado por mais de um agente ao mesmo tempo.
“Esses testes têm se mostrado decisivos nos diagnósticos de doenças que apresentam sintomas comuns entre si, a exemplo das meningites virais e bacterianas, das diferentes infecções que afetam o trato respiratório, ou ainda, das que provocam alterações sintomáticas no sistema gastrointestinal. Por meio da metodologia PCR, em até uma hora, eles identificam diretamente o DNA ou RNA do patógeno causador e permitem que os médicos direcionem para o melhor e mais assertivo tratamento. Esse ponto é crucial quando pensamos, sobretudo, no combate às superbactérias e sua resistência antimicrobiana”, explica o executivo da QIAGEN.
Quanto à tuberculose, uma doença tão antiga quanto a humanidade, enquanto as vacinas não concluem seu processo introdutório, soluções diagnósticas como o teste IGRA, seguem salvando vidas. Disponível no SUS e na rede privada, o exame está entre os recomendados pela OMS para diagnosticar a tuberculose em fase latente, quando ainda não apresenta sintomas.
A partir de um resultado positivo, o paciente já é direcionado para o tratamento, que também pode ser feito pelo próprio SUS, com medicamentos e duração variáveis, compatíveis com a fase e a gravidade em que a doença foi diagnosticada.
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