Minas Gerais foi o primeiro estado da América Latina a aderir à campanha Race to Zero — iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) para redução das emissões de gases de efeito estufa e combate ao aquecimento global. Uma das maneiras mais eficientes de fazer isso é investindo na geração de energia limpa e sustentável, um dos eixos temáticos da Agenda de Ação do Brasil na 30ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP30), que coloca a transição nos setores de energia, indústria e transporte no centro das discussões. Justamente por isso, um dos cases selecionados para integrar o evento é o MinasCoop Energia, programa de transição energética das cooperativas mineiras, que será apresentado na próxima quarta-feira (19) em um painel na Green Zone, área aberta ao público que faz a ponte entre o debate técnico e a sociedade.
Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Minas já é o principal produtor de energia solar centralizada do Brasil, respondendo sozinho por 39% (8 GW) da capacidade instalada do país (20,6 GW) em setembro deste ano. E as cooperativas mineiras têm contribuído para esses resultados, já que um quarto dessas organizações (206) já produzem sua própria energia. O MinasCoop Energia — que será apresentado na COP30 — tem capitaneado esse movimento de transição energética no setor, destacando-se por unir a preservação ambiental ao desenvolvimento social, já que a iniciativa doa parte da energia gerada para 80 instituições beneficentes, entre hospitais, lares de idosos e entidades filantrópicas.
“Em cinco anos de existência, foram 4,3 milhões de pessoas beneficiadas, mais de mil postos de trabalho diretos e indiretos criados e R$ 240 mil repassados a famílias rurais pelo arrendamento de áreas improdutivas para instalação das placas fotovoltaicas”, destaca Alexandre Gatti, superintendente do Sistema Ocemg, entidade de representação das cooperativas mineiras, que apresentará o MinasCoop Energia ao público na COP30.
Com 139 usinas fotovoltaicas operando em 88 municípios, o programa tem uma capacidade instalada de 14,4 MWp — geração anual que, se concentrada em um único dia, atenderia quase 4 milhões de domicílios.
Outra iniciativa mineira de transição energética do coop mineiro é o Programa de Renovação de Frota (PAV) da Coopmetro, que mostra como o cooperativismo pode alavancar a descarbonização no transporte de cargas. Em parceria com duas outras empresas do setor, a cooperativa estruturou um modelo de financiamento com taxas sociais que já permitiu renovar 52% da frota, o que se converteu em uma redução de 22% do total das emissões de gás carbônico — de 2,68 kg para 0,56 kg de CO₂ por litro de diesel. O modelo também mostrou resultados econômicos, elevando o faturamento bruto médio dos cooperados para R$ 30 mil mensais, tornando-se uma referência replicável em mobilidade de baixo carbono.
LIDERANÇA
Referência nacional em qualidade de gestão e sustentabilidade no cooperativismo, Minas Gerais será o estado com a maior delegação cooperativista na COP30. Das 49 instituições do setor selecionadas, dez são mineiras. A delegação levará exemplos de boas práticas que abrangem temas como transição energética, agricultura de baixo carbono, práticas de mobilidade sustentável, gestão de resíduos e reflorestamento. Durante todo o evento, o coop apresentará cases que mostram como o modelo de negócio contribui para a construção de uma economia sustentável, inclusiva e de baixo carbono. Na programação, estão painéis e exposições interativas sobre agricultura regenerativa, transição energética, bioeconomia e inovação social em diferentes regiões do país. Ao longo de toda a conferência, o coop também estará na Blue Zone, espaço oficial de negociação, e na AgriZone, área organizada pela Embrapa que reúne iniciativas voltadas à agricultura sustentável. São esperadas entre 50 mil e 60 mil pessoas por dia na COP30.
SERVIÇO:
Painel “Transição energética e desenvolvimento sustentável”
Data: 19/11
Local: Pavilhão do Cooperativismo, na Zona Verde da COP30, em Belém.
Horário: das 15h às 16h30