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Dia dos Namorados: especialista explica por que maioria das pessoas repetem erros nas escolhas amorosas

Tempo de leitura: 3 min

em 12/06/2025

Dia dos Namorados: especialista explica por que maioria das pessoas repetem erros nas escolhas amorosas

Relacionar-se intimamente com alguém significa aproximar-se dos anseios mais profundos como os de pertencimento, amparo, amor e partilha, mas também implica confrontar traumas e medos de desamor, rejeição e desamparo, que muitas vezes são revividos na relação. Conforme explica o psicólogo e terapeuta de casais do Instituto de Psicologia Médica, Wellerson Silva, mudanças e adaptações são essenciais para a sobrevivência, no entanto, o ser humano tem uma tendência a resistir às mudanças, uma inclinação a permanecer como está.

“Assim, transformações que desafiam o padrão vigente e ameaçam alterar a lógica estabelecida, seja pela nossa criação, legados familiares e a forma como significamos experiências vividas, podem ser rapidamente reprimidas, pois geram angústia, medo e desconforto. Na tentativa de evitar isso, frequentemente, de forma inconsciente, tendemos a nos relacionar com pessoas que, de alguma forma, confirmam nossas crenças e premissas sobre nós mesmos, sobre o amor e sobre as relações”, explica o psicólogo.

“Muitas vezes, o que nos atrai no outro é a fantasia de ter encontrado alguém que, junto a nós, possa desempenhar um enredo complexo ligado a legados familiares e traumas do passado. Ainda que gere dor, esse ambiente nos parece familiar e nos dá uma ilusória sensação de segurança e conforto, fazendo-nos evitar o desconhecido”, completa.

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Wellerson Silva – Foto Marcus Paranhos

Ainda segundo Wellerson Silva, muito se fala sobre a ideia de que “os opostos se atraem”, o que de fato ocorre. No entanto, por trás dessa atração há uma tentativa inconsciente de busca por equilíbrio ou realização por complementaridade. Ou seja, aquilo que à primeira vista possa parecer uma busca por mudança, já que os parceiros aparentemente parecem muito distintos, com um olhar mais profundo revela, com frequência, que essa suposta busca pela diferença ou pela mudança pode ser, na verdade, uma forma de perpetuar padrões e repetir o conhecido. Na tentativa de fazer diferente, acabamos indo ao encontro do outro lado de uma mesma moeda, que nos leva ao mesmo lugar.

“Com frequência, verifica-se que os opostos tornam a relação penosa e desgastante quando um parceiro rejeita aquilo que o outro oferece, ao perceber que não corresponde ao ideal inicial. Esse descompasso pode gerar frustrações, cobranças, inveja, desamparo e, por fim, rejeição”, afirma o especialista.

Wellerson cita, ainda, outros fatores que influenciam nossas escolhas amorosas, entre elas a ansiedade em se vincular a alguém devido à dificuldade de estar sozinho. “Essa necessidade pode ter um impacto significativo na tomada de decisão sobre entrar e permanecer em uma relação, ampliando vulnerabilidades e contribuindo para escolhas infelizes. Dessa forma, a pessoa se vê condenada a repetir os mesmos erros, entrando e saindo de relações que, desde o início, já estão fadadas ao fracasso”, afirma.

Outro ponto, segundo o psicólogo, é que, de alguma forma, passado e presente se unem. O parceiro ou a parceria atual pode evocar e representar pessoas importantes do passado, seja de maneira positiva ou negativa, remontando até os tempos mais remotos, como a primeira infância. Mesmo que essas lembranças não sejam acessíveis de forma consciente, a carga afetiva ainda está registrada.

Em uma perspectiva psicanalítica, quanto maior a neurose de um indivíduo, mais suas percepções presentes são influenciadas por distorções internas e pela urgência de sanar feridas emocionais do passado ou atender a desejos reprimidos presentes desde a primeira infância.

“A repetição, frequentemente associada ao chamado ‘dedo podre’ nas relações amorosas, pode indicar uma necessidade inconsciente de reviver antigos enredos. Embora os personagens mudem, suas funções tendem a se repetir, como parte de uma tentativa inconsciente de encontrar uma solução diferente e saudável, que nem sempre se concretiza”, analisa Wellerson.

“Neste sentido, vale ressaltar a importância de um bom processo terapêutico, a fim de identificar carências e traumas relacionais, ressignificá-los e auxiliar o paciente a fazer escolhas mais conscientes para si mesmo e para as pessoas com as quais se relaciona, responsabilizando-se por como afeta e é afetado pelo outro”, finaliza.

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