Dia dos Pais reforça a importância da presença paterna na formação emocional dos filhos

O Dia dos Pais é uma data que vai além da comemoração e da entrega de presentes. Ela reforça a importância da presença paterna na vida e na formação dos filhos.

Por outro lado, a ausência do pai ainda é uma realidade que assusta no Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Direitos da Família (IBDFam), em 2024, 91 mil crianças foram registradas sem o nome do pai e, neste ano, esse número já chega a 65 mil. 

Segundo Paulo Lisboa, psicólogo clínico do Instituto de Psicologia Médica, a ausência paterna, seja física, emocional ou simbólica, representa uma lacuna estrutural que afeta a formação emocional dos filhos e a dinâmica familiar.

“Muitos homens carregam dentro de si o eco de uma geração que os impediu de sentir, de chorar, de se vulnerabilizar. Homens que foram ensinados a calar, a suportar, a repetir”, explica.

Para o especialista, o pai que se faz presente é aquele que decidiu quebrar esse ciclo e optou por não repetir padrões herdados, construindo novas formas de se relacionar com os afetos, com os filhos e consigo mesmo.

“A presença paterna não é apenas importante para o filho, é uma força organizadora da vida familiar como um todo. O pai protege, orienta, afeta e cura. Ao tornar-se presente, ele não só ajuda a construir a identidade emocional do filho, mas também reinventa a sua própria. E, ao fazer isso, se torna um agente ativo na quebra dos ciclos de violência emocional herdados”, analisa o psicólogo.

Ainda de acordo com Paulo Lisboa, o pai é, por excelência, aquele que introduz a diferença, o terceiro elemento, que rompe a fusão simbiótica entre mãe e filho, e, ao fazer isso, inaugura o espaço necessário para que o sujeito floresça.

“Em tempos de tantas ausências simbólicas, ser um pai presente é um ato de coragem, de amor e de sentido que gera esperança”, finaliza.

Sobre Paulo Lisboa

Paulo Lisboa é psicólogo clínico, formado pela PUC Minas, atua com abordagem fenomenológica, que permite compreender o ser humano em sua totalidade, integrando aspectos biológicos, psíquicos, sociais e noéticos. Além de questões relacionadas à inteligência emocional, também se dedica a temas como masculinidade, paternidade, trabalho e sentido de vida, ajudando seus pacientes a encontrarem significado e propósito em suas experiências cotidianas.