
A adulteração de alimentos é um problema sério que afeta a saúde pública e a economia. No Brasil, diversos produtos são alvo dessa prática, com o objetivo de aumentar os lucros ou mascarar a má qualidade. Um levantamento realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) apontou que alguns dos gêneros mais fraudados no Brasil são:
- Mel: A adição de açúcar e xarope de milho é uma prática comum para aumentar o volume e reduzir os custos.
- Manteiga: A substituição da gordura do leite por gorduras vegetais;
- Requeijão: A adição de amido de milho para dar mais consistência ao produto e aumentar a quantidade. A adulteração será configurada quando o amido não estiver indicado no rótulo do produto;
- Pescados: A substituição de espécies mais caras por outras mais baratas, além da adição de substâncias para disfarçar o odor e a aparência;
- Óleos vegetais: A adição de óleos de menor qualidade ou a mistura com outros óleos para simular um produto mais caro são frequentes;
- Carnes: A adição de água, amido e outros aditivos para aumentar o peso, além da substituição de carnes mais nobres por outras mais baratas;
- Frutas e legumes: A adição de corantes para melhorar a aparência, o uso de componentes químicos para conservar por mais tempo e a adição de água para aumentar o peso;
Renato Lins Pires, professor da área de Saúde do Centro Universitário Una, explica que a adulteração de alimentos pode causar diversos problemas. “A ingestão desses produtos tem potencial de causar intoxicações alimentares, alergias e até doenças crônicas. Além disso, a fraude pode reduzir o valor nutricional, levando a deficiências nutricionais”.
O docente ressalta que esse tipo de falsificação resulta também em prejuízos econômicos, como “problemas com imagem do produto e perda de credibilidade da empresa, causando a desconfiança nos consumidores. Como resultado, as organizações podem sofrer perdas financeiras e até chegar à falência”.
O professor evidencia que é difícil identificar a olho nu se um alimento está adulterado. Mas dá algumas dicas para ajudar o consumidor a prevenir-se e evitar adquirir itens de qualidade inferior ou adulterados:
- Verifique a embalagem: Observe se há informações claras sobre os ingredientes e se a embalagem está em boas condições. A embalagem e a rotulagem são requisitos essenciais para que as pessoas consigam escolher as melhores opções para o seu dia a dia;
- Analise o sabor, a textura, o aroma do alimento e sua aparência geral: Compare o produto com outros que você já consumiu e veja se há alguma diferença. No caso de embalagens transparentes, sempre avalie a aparência, evitando comprar aqueles que apresentem indícios de adulteração ou desvios de qualidade. No caso de enlatados, evite latas amassadas ou estufadas, que podem indicar deterioração precoce ou manuseio inadequado da mercadoria;
- Compre em locais confiáveis: Prefira estabelecimentos que ofereçam itens de qualidade e tenham boa reputação. Os pontos de venda devem ter registros de temperatura (para alimentos refrigerados ou congelados), não devem expor nem vender produtos fora de seu período de validade e devem assegurar que os gêneros alimentícios sejam armazenados e expostos em boas condições higiênico-sanitárias;
- Denuncie: Caso você identifique algum produto adulterado, avise às autoridades competentes. O acesso ao SAC das empresas, bem como o acesso aos órgãos reguladores – ANVISA, MAPA – é gratuito e deve ser utilizado para denúncia de irregularidades;
- Troca no ponto de venda: Se você adquirir um alimento que apresente algum desvio de qualidade (estragado, mofado, com larvas ou outras condições adversas), solicite imediatamente a troca do produto avariado. Não se esqueça de apresentar a nota fiscal da compra.
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