O cuidado paliativo ainda é um tema cercado por muitas dúvidas. Para muita gente, alcança apenas pessoas que estão nos últimos dias de vida. Na prática, vai além já que também oferece suporte integral para aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida de pacientes que convivem com doenças crônicas ou incuráveis como doenças renais crônicas (DRC), diabetes, hipertensão, câncer e cardiopatias, entre outras.
É com essa visão ampliada de atendimento que o Hospital Evangélico de Belo Horizonte (HE), na região Centro-Sul da capital mineira, oferece o cuidado paliativo multidisciplinar durante o período da internação de pacientes para os quais esse acompanhamento é necessário. A instituição filantrópica destina 75% da sua capacidade de atendimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) e desde 2023, tem o Grupo de Trabalho Paliativo (GT Paliativo), que avalia e acompanha cada caso elegível a esse tipo de acompanhamento.
A iniciativa do HE se antecipa à Política Nacional de Cuidados Paliativos (PNCP), oficializada no âmbito do SUS em maio do ano passado. “Os cuidados paliativos colocam o paciente no centro das decisões, oferecendo um olhar multidisciplinar que busca não apenas tratar sintomas, mas também garantir a dignidade e o bem-estar em todas as etapas do tratamento“, explica a médica hospitalista do Hospital Evangélico de BH, Ana Laura Rabelo.
Além do manejo clínico de sintomas como dores, desconfortos, falta de ar, tratamento de escaras, controle de náuseas e dos quadros de perda de apetite, entre outros, o trabalho do GT Paliativo envolve acompanhamento psicológico, suporte nutricional, fisioterapia e atendimento espiritual, sempre adaptado às necessidades e desejos expressos pelo paciente e pelos familiares.
Outro diferencial é o acolhimento direto aos acompanhantes, com conversas esclarecedoras e entrega de material informativo sobre a proposta de cuidados da instituição filantrópica, para que todos compreendam como o processo é conduzido, desde a internação até a alta hospitalar — ou, quando for o caso – até o fim da vida, sempre de maneira serena e respeitosa. “Acreditamos que uma experiência positiva durante a internação é fundamental para que o desfecho dos casos aconteça de forma harmoniosa, minimizando traumas para pacientes e seus familiares”, completa a médica.