
O aumento das internações por doenças respiratórias tem deixado o estado de Minas Gerais em alerta. Subiu para 13 o número de cidades mineiras que decretaram emergência em saúde pública devido ao aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A Unimed-BH, que tem atuação na região metropolitana de Belo Horizonte, confirma que sua rede assistencial mantém as internações em níveis elevados e continua registrando alta nos atendimentos eletivos por doenças respiratórias.
Na Semana Epidemiológica 19 de 2025 (04/05 a 10/05), foram registradas 143 internações por doenças respiratórias na rede própria da cooperativa, sendo 82 em crianças de 0 a 14 anos, mantendo os números elevados. Os atendimentos eletivos pediátricos de 0 a 14 anos apresentou um aumento de 55% em relação a Semana Epidemiológica 18 (27/04 a 03/05).
A demanda por atendimentos também apresentou forte crescimento: a Saúde Digital da Unimed-BH realizou 5.003 atendimentos relacionados a quadros respiratórios em todas as faixas etárias – um aumento de 47% em relação à semana anterior.
A rede assistencial da Unimed-BH permanece em alerta, diante da alta circulação de vírus respiratórios como Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Rinovírus e Influenza A apontados pela Vigilância Sentinela de Belo Horizonte como os principais causadores dos quadros de síndrome gripal.
Em resposta ao cenário, a Unimed-BH adotou medidas emergenciais para ampliar a assistência aos clientes. As principais ações incluem: ampliação da rede com credenciamento do PA Pediátrico no Hospital Felício Rocho em parceria com Neocenter, 34 novos leitos de internação no Hospital Unimed – Unidade Betim, reforço nas equipes de saúde, aumento da capacidade dos Prontos Atendimentos da rede própria, além da ampliação de leitos em parceria com hospitais da rede credenciada.
Pediatra da Unimed-BH orienta a população
Segundo a pediatra e diretora técnica do Hospital Infantil São Camilo Unimed, Marisa Lages Ribeiro, crianças menores de cinco anos, especialmente as com menos de dois, são mais vulneráveis às infecções respiratórias devido a características imunológicas e anatômicas. “Nessa faixa etária, o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento e as vias aéreas são mais estreitas, o que facilita a obstrução e dificulta a eliminação de secreções”, explica. As infecções podem evoluir de quadros leves, como resfriados e gripes, para doenças mais graves, como bronquiolite — comum em bebês e causada principalmente pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) — além de pneumonia, otites e sinusites. A médica também chama atenção para a asma, doença crônica que pode se agravar nesta época do ano, exigindo acompanhamento regular e tratamento preventivo com medicações específicas.
A especialista alerta que sinais como febre persistente por mais de três dias, tosse contínua, dificuldade para respirar, respiração acelerada, prostração e recusa alimentar são indicativos de que a criança deve ser avaliada por um médico, podendo ser por atendimento on-line. Ela reforça ainda a importância da vacinação, da higiene frequente das mãos e da adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, hidratação adequada e rotina de lazer, descanso e vínculos afetivos. “O pediatra é o profissional que acompanha o desenvolvimento integral da criança e pode orientar a família na prevenção de doenças, cuidando da saúde de forma ampla e contínua”, conclui.
Durante períodos de alta sazonalidade de doenças respiratórias — como o registrado recentemente pela Unimed-BH — é essencial que pais e mães adotem medidas preventivas para proteger as crianças, especialmente as menores de 5 anos, que são mais vulneráveis. As principais orientações incluem:
- Vacinação em dia – mantenha a caderneta de vacinação da criança atualizada, especialmente com a vacina da gripe (influenza) e a do vírus sincicial respiratório (quando disponível).
- Evitar exposição a aglomerações e ambientes fechados – reduzir visitas a locais com grande circulação de pessoas, como shoppings e festas. Prefira ambientes bem ventilados.
- Higiene frequente das mãos – ensine as crianças a lavar as mãos com água e sabão com frequência, principalmente após tossir, espirrar ou brincar. Leve álcool em gel para quando estiverem fora de casa.
- Uso de máscaras (quando indicado) – para crianças maiores de 2 anos, em ambientes com aglomeração ou quando estiverem com sintomas respiratórios, o uso de máscara pode ser indicado, conforme orientação médica.
- Evitar contato com pessoas doentes -não permita que a criança tenha contato próximo com adultos ou outras crianças que estejam com sintomas gripais.
- Atenção aos primeiros sinais de doença – observe sinais como febre, tosse, dificuldade para respirar, cansaço excessivo ou recusa alimentar. Em caso de sintomas, procure atendimento médico rapidamente.
- Boa alimentação e hidratação – ofereça uma dieta balanceada e incentive a ingestão de líquidos para fortalecer o sistema imunológico.
- Não enviar a criança doente para a escola – Isso ajuda a evitar surtos e protege outras crianças e educadores.
Essas orientações são importantes não só para prevenir infecções, mas também para reduzir a gravidade dos quadros, evitando internações.