O trio mineiro Houdinis lança no dia 7 de novembro seu primeiro single, “Country Fair”, disponível em todas as plataformas de streaming. A música integra o EP “(Do Not) Touch The Machine”, projeto autoral que discute o papel da inteligência artificial na criação musical e propõe uma experiência inédita ao público: ouvir a mesma canção em duas versões — o Lado A, produzido integralmente por músicos, e o Lado A.I., gerado 100% por inteligência artificial.
Com influências que passam pelo pop-rock britânico do Oasis e Beatles e pelo folk americano do Bob Dylan, o EP marca a estreia oficial da banda, formada por Felipe Flocco, Ricardo Xupim e Igor Oliveira. A proposta, segundo o grupo, não é substituir a criação humana, mas estimular uma reflexão sobre os limites, possibilidades e inquietações que surgem quando arte e tecnologia dividem o mesmo palco.
“A Inteligência Artificial já transformou a música, e vai continuar fazendo isso por um bom tempo,” afirma o baixista Felipe Flocco. “Ferramentas novas surgem praticamente todos os dias. Gostemos ou não, a IA já é parte do cotidiano de qualquer músico moderno: ajuda a sair da tela em branco, a testar ideias ou até a gerar músicas completas. Hoje, cerca de 28% a 30% das novas faixas enviadas diariamente às plataformas de streaming são criadas com auxílio de IA. Esse salto aconteceu em menos de dois anos. É assustador.”
No estúdio, o trio encarou o processo como uma provocação criativa e também pessoal. “Foi desafiador e divertido,” conta o músico Ricardo Xupim. “Colocar nossa capacidade criativa lado a lado com a de uma máquina é colocar à prova o ego. Mesmo as versões geradas por IA passaram por um crivo humano, e essa comparação acabou virando parte da proposta: e se eu gostar mais da versão feita pela IA? Isso me torna menos humano? Não temos todas as respostas. Mas sabemos que uma música só cumpre seu papel quando conquista corações.”
O projeto não para no single. Serão lançadas mais quatro faixas, cada uma com sua versão humana e sua versão gerada por IA.
“Acreditamos que o uso da IA como ferramenta, para testar, destravar ideias ou abrir caminhos, é inevitável na produção musical contemporânea,” diz Igor Oliveira, vocalista do trio. “Mas também acreditamos que a música continua sendo feita de humanos para humanos. A máquina não sente o prazer de compor, tocar, errar e recomeçar ao lado de amigos. É esse processo que queremos continuar celebrando”, completou.
Ao apresentar duas leituras de uma mesma música, o trio Houdinis convida o público a refletir: Existe diferença entre criação e autoria? A autenticidade depende da mão que escreve ou da emoção que provoca?
O lançamento de “Country Fair” coloca o trio como uma voz atuante no debate sobre a coexistência entre humano e máquina na arte, tema que atravessa discussões no campo da música, da tecnologia e da indústria cultural.
As duas versões de “Country Fair” estarão disponíveis no dia 7 de novembro nas principais plataformas de streaming.