Por Kátia Matias
Após dez anos sem publicar, a escritora, atriz e documentarista Maria Ribeiro retorna à literatura com o livro Não sei se é bom, mas é teu (Editora Record), uma coletânea de mais de 70 crônicas escritas ao longo de quase uma década. A obra marca uma nova fase na carreira da autora, que transforma experiências pessoais em reflexões universais.
Durante sua passagem por Belo Horizonte, onde participou de uma palestra sobre os desafios do empreendedorismo feminino, Maria Ribeiro conversou com exclusividade com o Portal BH em Pauta. Recebeu nossa equipe com simpatia e transparência — características que também a definem em suas aparições na mídia.
Durante a entrevista, Maria refletiu sobre as mudanças que influenciaram sua escrita neste novo trabalho. “Esse livro nasceu de tempos difíceis. Tem pandemia, questões da democracia no Brasil, meus filhos crescendo, perdas de pessoas importantes… É um livro de muitas despedidas”, contou.
Ela ressaltou ainda que, ao contrário de seus livros anteriores, desta vez o olhar é mais maduro e menos idealizado. “A família é menos idealizada, o amor é menos idealizado, a profissão, o país. É um livro mais maduro. O título vem de uma fala do filme Todas as Mulheres do Mundo, de Domingos Oliveira, que diz: ‘Eu fiz um poema para você. Não sei se é bom, mas é teu’. Acho que a maturidade traz isso — esse fechamento incondicional com a vida”, explicou.
Atriz, documentarista, apresentadora e escritora. Questionada sobre como transita entre tantas áreas, Maria afirma que tudo nasce do mesmo impulso: comunicar. “Eu gosto de contar histórias. Como atriz, documentarista ou escritora, levo sempre esse olhar de cronista que tenta achar beleza até nas coisas banais.”
O público também tem se encantado com a forma como a escritora apresenta suas crônicas nas redes sociais. Uma pesquisa realizada pelo BH Em Pauta mostrou que a maneira como Maria lê seus textos no Instagram é uma das mais admiradas pelas leitoras, por soar espontânea e acessível. “Eu escrevo como se fala, porque acredito que isso democratiza o acesso à literatura. Quero ser lida por muita gente. Quando leio minhas crônicas, tento que as pessoas não precisem voltar à frase duas vezes. Essa é a minha forma de tornar o texto mais próximo e verdadeiro”, disse.
Data marcada para voltar em Belo Horizonte
A escritora Maria Ribeiro é a convidada do Festival Sempre Um Papo no dia 15 de outubro, quarta-feira, às 19h30. Ela participa do evento para lançar o livro de crônicas Não sei se é bom, mas é teu (Editora Record). O encontro acontece no Teatro José Aparecido de Oliveira, na Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais (Praça da Liberdade, 21).
Depois da conversa de lançamento, que será mediada pelo jornalista Afonso Borges, a autora segue para uma sessão de autógrafos. A entrada é gratuita, por ordem de chegada.
Sobre o livro
Não sei se é bom, mas é teu reúne mais de 70 crônicas em tom de conversa, explorando desde fatos cotidianos até grandes acontecimentos, sempre com o olhar sensível da cronista. Os textos abordam temas como família, política, cultura, relacionamentos, feminismo, envelhecimento e luto.
O prefácio é assinado por Anitta, que escreve: “Nenhum dia é apenas mais um dia. Maria tem um olhar clínico da vida, sua clínica é especializada em dramaturgia. Ela não perde as esperanças no mundo nunca, e decide que ele vai ser um lugar belo.”
Já no posfácio, Caetano Veloso afirma: “Tomemos muito cuidado com o que podemos produzir ou encontrar de beleza. Você não tem ideia do quanto, me assustando, me encorajou.”
Sobre Maria Ribeiro
Maria Ribeiro é uma renomada atriz, apresentadora e autora brasileira. Em sua carreira no cinema, ela protagonizou filmes como “Como Nossos Pais”, papel que lhe rendeu diversos prêmios. Ela também atuou em produções de destaque, como “Tropa de Elite 2”. Como diretora, lançou o curta-metragem “Vinte e Cinco”.
Maria também tem uma trajetória consolidada como apresentadora, comandando programas como o “Saia Justa” no GNT e “Maria Vai com os Outros” no UOL. No campo literário, publicou obras como “Trinta e oito e meio” e “Tudo que eu sempre quis dizer”. Como colunista, Maria Ribeiro escreve para a revista Gama e para o Universa, do UOL.