Neste sábado (26), às 17h, o Memorial Brumadinho recebe, pela primeira vez, uma apresentação artística: o espetáculo teatral “Zona de Sacrifício”, interpretado pela atriz Carolina Correa e com direção e dramaturgia de Laura Duarte. A peça, com classificação de 14 anos, aborda os impactos sociais, ambientais e culturais da mineração em Minas Gerais, unindo diferentes linguagens artísticas. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados na bilheteria ou no site. Nesse dia, o Memorial Brumadinho ficará aberto até as 19h e a entrada será permitida até as 17h.
Após ser exibido no Chile, na França, em São Paulo e Tiradentes, o espetáculo chega a Brumadinho evocando discussões caras ao Memorial, como o impacto socioambiental gerado pelo extrativismo mineral, com ênfase nos danos provocados pelas barragens de rejeitos. A obra toca nas feridas abertas do Brasil e sobretudo do estado de Minas Gerais, onde vive a atriz, engajada na luta social, em questões ambientais e no feminismo — temas reunidos no espetáculo.
“Zona de Sacrifício” se desdobra em três movimentos distintos que, juntos, buscam provocar uma reflexão sobre a mineração e suas repercussões. O primeiro levanta a questão: “E se a mineração fosse um deus?”, explorando os sacrifícios exigidos por essa divindade em um contexto de surrealismo grotesco. O segundo movimento enfoca a linguagem publicitária das empresas mineradoras, criticando seus jargões e promessas. O terceiro e último aborda os depoimentos de moradores do interior de Minas Gerais, trazendo à tona as experiências e realidades daqueles diretamente afetados pelos crimes ambientais.
A peça mescla dança, teatro e performance em um momento de sensibilização sobre o que ocorreu no local do Memorial e em Mariana, e que pode vir a acontecer em outras cidades mineiras. Unindo diferentes linguagens artísticas, “Zona de Sacrifício” conta, ainda, com imagens e registros gentilmente cedidos por outros artistas, como Bruno Veiga, Julia Pontes, Pedro de Filippis, Lucas Bambozzi, Clarissa Campolina, Chris Tassis e André Hallak. A direção de imagens de João Borges.
Sobre o Memorial Brumadinho
O Memorial Brumadinho é um espaço de memória e reflexão dedicado a honrar as 272 vítimas do rompimento da barragem B1 da Mina Córrego do Feijão, em 2019. Com um projeto arquitetônico premiado internacionalmente, o Memorial preserva a história e promove ações educativas para que tragédias como essa nunca se repitam. Localizado no próprio local do rompimento, ele se tornou um símbolo de reverência, cuidado e diálogo com a comunidade e visitantes. O local é uma realização da Fundação Memorial de Brumadinho.