As microempresas tiveram uma participação de 78% nas contratações de maio com comércio e serviços gerando 41,7% de todas as vagas do quinto mês do ano.
Análise de dados divulgados pelo Caged referentes ao mercado de trabalho mineiro realizada pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG mostra situação positiva do saldo de empregos em Minas Gerais. Em maio, o número de admissões foi de 244.639, enquanto os desligamentos ficaram em 225.209 totalizando saldo positivo de 19.430 profissionais.
Entretanto, os números mostram tendência de estabilização. Em março, por exemplo, o saldo de vagas foi positivo com 40.707 empregos, em abril também positivo com 25.868 postos de trabalho e em maio chegou a 19.430.
Outro destaque trazido na análise é que as micro e pequenas empresas sustentaram o saldo positivo de vagas absorvendo 83% dos profissionais contratados. Deste contingente, as microempresas tiveram uma participação de 78% nas contratações de maio com comércio e serviços gerando 41,7% de todas as vagas do quinto mês do ano.
Ao relacionar a tendência de estabilização de crescimento do saldo de vagas com o desempenho das micro e pequenas empresas, a análise do Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG aponta para a necessidade de estímulo daqueles segmentos empresariais para seguirem aquecendo o mercado de trabalho. Para se ter ideia, de cada dez profissionais que trabalham atualmente com carteira assinada, sete estão contratados pelos segmentos de comércio e serviços.
A análise do mercado de trabalho mineiro também mostra que 63% dos vínculos de empregos gerados são do tipo tradicional, com período de duração indeterminado. Ou seja, os empregadores optaram por um tipo de vínculo sólido mirando crescimento da empresa a longo prazo.
Em mais um indicador relevante sobre o mercado de trabalho mineiro, a análise mostra maior número de contratações na faixa dos 40 a 59 anos do que entre 25 a 39 anos indicando que as admissões estão priorizando mais experiência dos novos empregados. De acordo com Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, “a atual dinâmica do mercado de trabalho apresenta uma série de desafios tanto para as empresas quanto para os profissionais. A demanda por profissionais qualificados está superando a oferta, resultando em uma escassez de mão de obra qualificada. Isso cria um ambiente competitivo onde as empresas estão buscando atrair e reter talentos”.
Em contrapartida, as oportunidades de primeiro emprego absorveram 70% das vagas geradas em maio. Martins explica que a busca por profissionais qualificados é uma certeza, ao mesmo passo que a oportunidade de primeiro emprego também se torna uma realidade.
“Há uma procura por profissionais mais experientes, no entanto, esses profissionais geralmente exigem salários mais altos, o que pode ser um obstáculo para micro e pequenas empresas com orçamentos mais restritos. Isso pode inibir a expansão do mercado, pois essas empresas podem se encontrar incapazes de contratar o talento necessário para crescer”, conclui a economista. Desta forma, o mercado de trabalho aponta para tendências que preveem novos desafios para as empresas. Elas precisarão reconsiderar suas estratégias e se adaptar às mudanças no mercado de trabalho. Isso pode incluir oferecer mais flexibilidade, investir em treinamento e desenvolvimento para construir a qualificação internamente, ou reconsiderar as estruturas salariais para atrair profissionais mais experientes.
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