Com a chegada do período chuvoso, aumenta o alerta para o avanço das arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, que tendem a se intensificar com o acúmulo de água e a expansão dos criadouros do Aedes aegypti. Em um cenário que exige prevenção constante e respostas rápidas, tecnologias de monitoramento e tratamento têm se tornado aliadas estratégicas na saúde pública. Hoje, soluções inovadoras já apoiam o combate à dengue em diversos municípios brasileiros, fortalecendo as ações preventivas justamente no momento em que o risco cresce em todo o país.
Um desses programas, o Techdengue, desenvolvido para monitorar e combater o Aedes aegypti tem permitido, com a utilização de inteligência artificial, identificar detalhadamente áreas de risco e potenciais criadouros de forma estratégica e eficiente, facilitando a tomada de decisões por parte das autoridades de saúde pública.
Ele já apoia o combate às arboviroses em mais de 630 municípios, beneficiando cerca de 13 milhões de pessoas. Só em 2025, a tecnologia mapeou mais de 300 mil hectares, o equivalente a aproximadamente 420 mil campos de futebol (por exemplo) e identificou mais de 260 mil locais com potencial para a proliferação do mosquito. Esses dados, obtidos por meio de monitoramento preciso e em larga escala, oferecem às equipes de saúde pública informações fundamentais para agir de forma assertiva, especialmente durante o período chuvoso, quando o risco de formação de criadouros aumenta significativamente.
“Nos meses de maior intensidade de chuvas, o risco de proliferação do Aedes aegypti cresce de forma acelerada, e é justamente nesse cenário que a tecnologia faz a diferença. O Techdengue oferece uma leitura precisa do território e indica, com antecedência, onde os focos têm maior probabilidade de surgir. Isso permite que as equipes atuem de forma direcionada, evitando desperdício de recursos e ampliando a proteção das áreas mais vulneráveis. Quando o município consegue agir antes do pico da transmissão, os resultados são mais consistentes e o impacto sobre a saúde pública é drasticamente reduzido”, afirma Cláudio Ribeiro, idealizador do Techdengue.
Além do monitoramento, a equipe técnica do programa promove capacitação e cursos em EAD para o aprendizado e manuseio do programa de dados para as equipes municipais. Em 2025, foram realizadas mais de 45 horas de treinamentos para profissionais de diversos municípios, garantindo que eles utilizem o programa de forma eficaz e com autonomia, contribuindo para o fortalecimento das ações de controle do Aedes aegypti.
O uso de tecnologias avançadas tem se mostrado fundamental no enfrentamento de arboviroses. “Com a experiência acumulada nos últimos anos, há planos para expandir a solução para outras regiões do país, como São Paulo, levando os benefícios para um número ainda maior de pessoas, com o intuito de melhorar a saúde populacional, evitando epidemias e contribuindo com a redução dos casos de doenças transmitidas pelo mosquito”, acrescenta Cláudio.



