
Instalado no Edifício Seculus, em Belo Horizonte, o novo escritório da Sucos Tial é um exemplo contundente de como a arquitetura corporativa pode extrapolar a função de abrigar equipes e tornar-se uma extensão viva da identidade de uma marca. Assinado pela Piacesi Arquitetura, o projeto materializa os valores da Tial em formas, cores, texturas e atmosferas, traduzindo em espaço físico a leveza e o compromisso com o bem-estar que definem seus produtos. Da recepção às áreas de trabalho, tudo é pensado para oferecer uma experiência sensorial coerente com a essência da empresa.
Mais do que cumprir funções operacionais, a arquitetura assume o papel de traduzir valores e sensações. “Quando um espaço reflete, em suas formas e atmosferas, a natureza daquilo que representa, ele se transforma em uma extensão simbólica da missão da empresa. No caso da Tial, essa tradução se dá por meio de elementos que evocam frescor, leveza e organicidade, qualidades que não só comunicam a essência da marca, como também contribuem para o bem-estar de quem ocupa o ambiente”, explica o arquiteto Junior Piacesi, responsável pelo projeto. A abundância do verde, linhas orgânicas do mobiliário e a luz natural generosamente explorada compõem uma ambiência acolhedora e estimulante, que permite um cotidiano mais leve e sensível.
A base conceitual do projeto é guiada pela biofilia, um princípio que defende a conexão inata entre o ser humano e a natureza, cada vez mais presente nas discussões sobre ambientes de trabalho saudáveis. Jardins suspensos percorrem os corredores, plantas se integram aos forros e mobiliários, e a presença da luz natural é valorizada em praticamente todos os ambientes. “A ideia foi criar um lugar que trouxesse o frescor que o suco representa. Incorporar vegetação e materiais naturais foi essencial para isso. A natureza, aqui, não é ornamento — ela é narrativa”, aponta o arquiteto.
Logo na entrada, o visitante é envolvido pelo universo sensorial da marca. A recepção abriga uma grande estante de madeira com frutas naturais expostas — gesto simbólico que rompe com a impessoalidade típica dos escritórios e estabelece uma conexão direta com a essência da Tial. Além do impacto visual, sucos gelados são oferecidos como parte da rotina, transformando a hospitalidade em linguagem de marca. Aqui, acolher é um gesto com propósito: comunicar, desde o primeiro contato, o compromisso com a qualidade, o frescor e o vínculo entre as pessoas.
A escolha dos materiais reforça o discurso. A madeira remete às antigas caixas de transporte de frutas, resgatando uma memória afetiva ligada à simplicidade do campo e à origem dos ingredientes. Esse recurso aparece nos revestimentos, armários e painéis, criando um contraste sutil com os equipamentos tecnológicos e mobiliários contemporâneos. “Queríamos que o espaço transmitisse uma sensação quase tátil de naturalidade, como se o escritório tivesse brotado de um pomar”, comenta Piacesi.
O mobiliário segue a mesma lógica de conforto e acolhimento. Poltronas orgânicas, com formas curvas e tons inspirados em frutas cítricas — como o laranja da mexerica e o amarelo do maracujá — foram distribuídas como pontos estratégicos de descanso e descompressão. As cabines menores, ou “booths”, surgem em cores vibrantes e garantem privacidade para reuniões rápidas ou chamadas individuais, sem romper a harmonia visual do conjunto.
O layout valoriza áreas amplas, circulação fluida e integração. Um exemplo é a área multiuso, que funciona como híbrido entre copa, sala de treinamentos e espaço para eventos. Banhado por luz natural e permeado por vegetação, o ambiente estimula a criatividade e favorece interações espontâneas. Nesse contexto, a arquitetura torna-se também instrumento de cultura organizacional — promovendo encontros, trocas e pertencimento.
Outro destaque é o uso criativo da identidade visual da marca. Frases das embalagens — leves, bem-humoradas e espontâneas — foram incorporadas ao projeto gráfico do ambiente, criando uma atmosfera lúdica sem cair no caricatural. “Quisemos manter a energia da marca em todos os níveis do espaço. As cores, os jargões, os detalhes: tudo foi desenhado para reforçar a ideia de que o escritório é, de fato, uma extensão da Tial”, pontua o arquiteto.
O resultado é um ambiente onde o verde predomina, as cores vibram e as experiências substituem a rigidez. Ao abrir mão da estética fria e impessoal que ainda marca muitos escritórios, a Piacesi Arquitetura propõe aqui um novo paradigma para os escritórios contemporâneos: espaços que valorizam a memória, a natureza, o vínculo humano e o prazer de estar. Mais do que um local de trabalho, a sede da Tial em Belo Horizonte é uma expressão viva da marca — um projeto que celebra a fruta, as relações e a essência.
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