Por Ana Luiza Mezencio Leal Lima
Na última terça-feira, dia 23 de julho de 2024, tive a imensa honra de participar do brunch de inauguração da Casa Cor Minas 2024, dedicado à imprensa. Este evento, que se consolidou como uma das mais importantes mostras de arquitetura e design do Brasil, promete ser um espaço de inspiração e criatividade, reunindo profissionais renomados e inovações no setor. Neste ano, a Casa Cor ocorrerá de 26 de julho a 15 de setembro de 2024, no Espaço 356, situado no bairro Olhos D’Água, em Belo Horizonte.
A escolha do local para a realização da Casa Cor Minas 2024 é digna de destaque. O Espaço 356, por si só, é uma obra de arte arquitetônica, que já impressiona à primeira vista. A combinação harmoniosa de vegetação exuberante com uma construção que exibe um acabamento bruto e industrial resulta em um ambiente que, embora possa parecer frio à primeira análise, se revela acolhedor e convidativo. Essa dualidade é um reflexo da essência mineira – um equilíbrio entre a rusticidade da natureza e a sofisticação urbana. Ao caminhar pelos espaços, sente-se uma atmosfera vibrante que promete encantar não apenas os amantes da arquitetura, mas todos aqueles que buscam um deleite visual.
A Casa Cor, ao longo de suas edições, tem se consolidado como um verdadeiro laboratório de ideias, onde a inovação na arquitetura e no design de interiores ganha vida. Neste ano, a mostra contará com 62 ambientes cuidadosamente elaborados, assinados por 97 profissionais de renome no setor de design e decoração. Cada ambiente é uma oportunidade ímpar para o visitante vivenciar diferentes estilos, tendências e abordagens criativas que marcarão o futuro da arquitetura.
Os ambientes da Casa Cor Minas 2024 estarão distribuídos em um circuito que abrange três pavimentos, proporcionando uma experiência de imersão única. O último andar promete ser um destaque à parte: um terraço com uma vista privilegiada da capital mineira, que convida os visitantes a contemplar a beleza do horizonte belo-horizontino enquanto desfrutam de momentos de descontração. Este espaço contará com bar e restaurante, permitindo que o público não apenas admire as criações arquitetônicas, mas também desfrute de um ambiente social e acolhedor, digno da hospitalidade mineira.
Além de ser um espaço de exposição, a Casa Cor Minas 2024 também se apresenta como uma plataforma de intercâmbio de ideias e experiências. Durante o evento, serão promovidas diversas atividades, incluindo palestras, workshops e visitas guiadas, permitindo que os visitantes se conectem com os profissionais que estão à frente das criações expostas. Essa interação proporciona um aprofundamento nas discussões acerca das tendências em arquitetura e design, além de possibilitar um entendimento mais abrangente sobre o impacto ambiental e social que o setor pode proporcionar.
Nesse contexto, a trajetória da Casa Cor em Minas Gerais se destaca não apenas pela qualidade e variedade nas exposições, mas também pela intenção de promover um diálogo constante entre a tradição e a modernidade. A cultura mineira, rica em história e diversidade, reflete-se nas propostas apresentadas, que muitas vezes incorporam elementos regionais, contribuindo para uma identidade própria que valoriza o local.
Conforme nos aproximamos da abertura oficial, é palpável a expectativa do público e dos profissionais do setor. A Casa Cor Minas 2024 promete não apenas ser uma vitrine de inovações e tendências, mas também um espaço de reflexão sobre o papel da arquitetura e do design na construção de ambientes que promovam o bem-estar e a qualidade de vida. A revelação de cada um dos ambientes será, sem dúvida, um convite à apreciação estética e à reflexão crítica sobre o espaço que habitamos.
Em suma, a inauguração da Casa Cor Minas 2024 representa muito mais do que um simples evento anual; é uma celebração do talento humano, da criatividade e da capacidade de transformar o cotidiano em experiências marcantes. Convidando todos a explorar, sentir e interagir, a Casa Cor se estabelece como um marco no calendário cultural de Belo Horizonte, prometendo encantar a todos com suas belezas, inovações e a riqueza do design contemporâneo. Com a abertura a poucos dias, a expectativa é imensa, e certamente gerará um impacto positivo na cena arquitetônica local e nacional.
Falando sobre tendências, o destaque vai para as formas orgânicas, que também foi destaque na última edição da mostra, a arquitetura biofílica – que é quando se introduz a natureza para dentro dos projetos – e a utilização de materiais naturais bem presentes nos ambientes. O uso de iluminação cênica, espelhos e texturas marcaram bastante a mostra nesse ano
A arquitetura contemporânea tem se reinventado constantemente, incorporando diversas influências e buscando atender às demandas emocionais e funcionais dos ocupantes dos espaços. Nesse contexto, as tendências mais recentes revelam uma valorização crescente das formas orgânicas, da arquitetura biofílica e da utilização de materiais naturais, que não apenas embelezam os ambientes, mas também promovem o bem-estar e a conexão com a natureza.
As formas orgânicas, muitas vezes inspiradas nos contornos da natureza, têm se destacado nas últimas edições de mostras de arquitetura e design. Essa tendência reflete uma busca por um diálogo harmonioso entre os espaços construídos e o meio ambiente, promovendo uma experiência estética que ressoa com o que é mais primordial e natural. As curvas suaves e as linhas fluídas não apenas atraem o olhar, mas também criam uma sensação de acolhimento, afastando-se das estruturas rígidas e angulosas que caracterizavam estilos anteriores. Essa abordagem não se resume apenas ao aspecto visual; ela também traz uma sensação de movimento e liberdade, convidando os indivíduos a interagirem com os espaços de maneira mais intuitiva.

A arquitetura biofílica, por sua vez, emerge como uma resposta ao crescente distanciamento da natureza na vida urbana e contemporânea. Esse conceito, que busca integrar elementos naturais nos projetos arquitetônicos, promove não só a estética, mas também a saúde física e mental dos usuários. O uso de plantas, luz natural, águas e outros elementos naturais não apenas enriquece a experiência sensorial dos ocupantes, como também contribui para a sustentabilidade e a redução do impacto ambiental das construções. Nesse sentido, a arquitetura biofílica se revela uma solução inovadora para criar ambientes que inspiram, revitalizam e promovem uma maior consciência ecológica.
Além das formas e conceitos mencionados, a utilização de materiais naturais tem emergido como uma tendência significativa. A presença de madeiras, pedras, fibras e outros elementos orgânicos não só enriquece os ambientes, mas também promove uma conexão visceral com a natureza, essencial para o bem-estar dos indivíduos. A textura e a cor desses materiais são capazes de evocar emoções e sensações que facilitam a construção de uma atmosfera acolhedora e harmoniosa, contribuindo, assim, para um ambiente que se torna um verdadeiro refúgio.



Meu destaque vai para o Estúdio Coral, projetado pela arquiteta Verônica Ferreira.
Aos que me acompanham aqui desde o princípio, sabem que o meu primeiro artigo para o BH EM PAUTA foi sobre o poder das cores na arquitetura, assunto que me interessa e agrada muito. Por isso, a escolha desse ambiente para dar destaque na matéria de hoje.
Com uma área de 70m², esse espaço se destaca pela fusão de cores e texturas que geram sensações distintas ao observador. A escolha da cor do ano de 2024 pela Coral, “Lugar de Afeto”, um rosado suave e neutro, estabelece a base do ambiente, transmitindo aconchego e tranquilidade. A cor atua como um elo entre os diversos elementos do espaço, criando uma sensação de coesão. O hall de entrada do Estúdio Coral foi meticulosamente planejado para causar um impacto visual e sensorial. À medida que os visitantes atravessam este espaço, são gradualmente introduzidos a uma transição de cores, começando pelas tonalidades mais vibrantes e contrastantes, até chegar a um interior mais calmo e acolhedor. Essa estratégia não apenas orienta o fluxo da experiência do visitante, mas também reflete a jornada emocional que se espera ao entrar em um novo espaço.





Ana Luiza Mezencio Leal Lima
Arquiteta, urbanista e lighting designer
@estudiocasa.arq
Referência: Estúdio Coral na CASACOR
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