
Respirar bem é um processo essencial para a manutenção da vida e para o equilíbrio do organismo. Apesar disso, muitas pessoas não percebem que respiram de forma inadequada, especialmente pela boca, o que pode comprometer não apenas a saúde bucal, mas também o desenvolvimento facial, a qualidade do sono e até a concentração.
De acordo com Heitor Castro, professor de Odontologia da Una Itumbiara, a respiração influencia diretamente a qualidade de vida. “Quando ela não ocorre da maneira correta, todo o funcionamento do corpo é impactado”, afirma. Segundo o especialista, sinais como boca constantemente aberta, lábios ressecados, olheiras, postura da cabeça projetada para frente, ronco, sono agitado, fala nasalizada, dificuldade de concentração e alterações no crescimento facial podem indicar problemas respiratórios, como a respiração bucal.
Entre os fatores que contribuem para essa condição, Castro destaca hábitos como chupar dedo ou chupeta, além de condições clínicas como aumento das amígdalas ou adenoide, desvio de septo nasal, rinite alérgica crônica, fraqueza dos músculos da face e da língua e má oclusão dentária. “O papel do dentista é identificar o problema o quanto antes, para iniciar o tratamento imediato e evitar complicações”, explica.
A relação entre a arcada dentária e a respiração também é direta. Má-formações nos maxilares podem dificultar a respiração nasal, comprometendo o desenvolvimento das estruturas faciais. A musculatura da face e da língua, quando não se desenvolvem adequadamente, criam barreiras mecânicas que prejudicam o fluxo de ar.
No caso das crianças, os impactos podem ser ainda mais significativos. “A respiração bucal interfere no crescimento da face e da arcada dentária. A possibilidade de correção vai depender da gravidade e da extensão dos problemas já instalados”, observa Castro.
Além disso, distúrbios do sono como o ronco e a apneia obstrutiva estão diretamente ligados à odontologia, pois frequentemente têm origem em alterações anatômicas da face. O diagnóstico envolve anamnese detalhada, exames clínicos intra e extraorais, polissonografia, telerradiografias e tomografias computadorizadas.
O tratamento, segundo o professor, deve ser individualizado e, muitas vezes, multidisciplinar, contando com a atuação conjunta de odontologistas, otorrinolaringologistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos. “A integração entre os profissionais aumenta as chances de melhora e de qualidade de vida para o paciente”, conclui.
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