Um em cada três moradores (33%) da Região Metropolitana de Belo Horizonte coloca como um dos principais motivos para adquirir um imóvel hoje ter uma garantia, associando o bem à construção de patrimônio e segurança financeira. É o que revela a pesquisa “Retratos do morar“, realizada pela Ipsos-Ipec e encomendada pelo QuintoAndar. Os dados foram divulgados hoje em evento na CASACOR Minas 2025.
Trata-se de um percentual numericamente maior que o de outras regiões (como São Paulo e Rio de Janeiro, onde 25% citam essa motivação).
Dentre os demais motivos apontados para comprar um imóvel na região estão: realizar um sonho (31%), ter um imóvel melhor que o atual (29%) e não ter que pagar aluguel (28%).
“É interessante notar um perfil mais pragmático na Grande BH, que, diante de um cenário de maior restrição orçamentária, enxerga a aquisição da casa própria não apenas como um desejo, mas, acima de tudo, como a construção de um patrimônio sólido e uma garantia de estabilidade para o futuro”, afirma Thiago Reis, gerente de Comunicação e Dados do QuintoAndar.
De acordo com a pesquisa, quase metade (47%) declara a intenção de comprar um imóvel, enquanto 9% dizem que pretendem alugar.
As principais barreiras para a compra de uma casa, segundo os entrevistados, estão relacionadas a condições financeiras: 50% afirmam não ter dinheiro para arcar com a entrada ou com as parcelas do financiamento e 31% apontam o fato de os valores terem subido demais.
Além disso, 33% dos entrevistados em BH e região dizem que gostariam muito de guardar dinheiro, mas admitem que as despesas atuais já consomem toda ou quase toda a renda.
“A pesquisa revela um desejo latente pela casa própria em Belo Horizonte, mas que esbarra em uma realidade financeira desafiadora, especialmente em um cenário de juros elevados – fator apontado por 16% dos entrevistados, inclusive, como impeditivo para seguir com a transação”, afirma Reis.
O gerente de Comunicação e Dados da proptech reforça a importância da pesquisa ao mercado, que pode responder às demandas de maneira mais precisa. “É um público que sonha, que tem planos, mas que depende de novos caminhos que não o financiamento tradicional, e nosso papel é justamente facilitar esse processo. O recém-lançado Consórcio QuintoAndar é um exemplo de ferramenta que permite às pessoas se planejarem para transformar esse sonho em um projeto de vida concreto”, diz.
| Principais motivos para a compra de um imóvel na RM de BH | |
| Ter a garantia de um imóvel próprio (patrimônio/segurança financeira) | 33% |
| Realizar um sonho | 31% |
| Ter imóvel melhor que o atual (maior/mais novo/com mais infraestrutura) | 29% |
| Não ter que pagar aluguel | 28% |
| Fazer um investimento | 21% |
| Casamento/união com parceiro(a) | 11% |
| Precisar mudar de bairro ou cidade | 9% |
| Ajudar um familiar | 5% |
| Mudar por questões de segurança | 4% |
| Por pressão familiar ou social | 3% |
| Ter que vender e comprar um outro mais barato por precisar do valor | 2% |
| a soma das alternativas ultrapassa 100% pois era possível apontar dois motivos | |
Raio X da moradia em BH e região
Apesar da vontade de mudança, 7 em cada 10 moradores da Região Metropolitana de BH dizem estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a atual residência.
Os dados mostram que os habitantes da região moram em 3 pessoas, em média, na residência, sendo 67% em casas (tanto em ruas abertas quanto em condomínios ou vilas) e 30% em apartamentos/studios/kitnets.
Para os entrevistados, as características mais importantes na hora de escolher um imóvel são:
– Segurança e tranquilidade do local – 44%
– Acessibilidade a serviços e comércio – 33%
– Proximidade do trabalho ou escola – 19%
– Privacidade – 19%
– Proximidade da rede de apoio (familiares/amigos) – 15%
– Ter um custo de vida mais baixo – 14%
– Acesso fácil ao transporte público – 14%
– Infraestrutura de lazer, cultura e esportes (parques/academias/piscina/ cinemas/teatros) – 12%
– Estar próximo às áreas verdes – 12%
‘Tiny houses’ e ‘colivings’
Buscando entender como as pessoas enxergam os modelos de moradia que vêm ganhando popularidade nos últimos anos, a pesquisa revela dados curiosos. Na região metropolitana de BH, 1 em cada 4 entrevistados diz, por exemplo, que não moraria “de jeito nenhum” em uma tiny house – construção residencial pequena, com área útil de até 37 m², que conta com móveis multifuncionais e promove um estilo de vida simples e sustentável.
“É um percentual numericamente mais alto que o de outras RMs – um dado que reflete a cultura imobiliária da própria região. Diferentemente de grandes capitais como São Paulo ou Rio, onde a oferta de apartamentos compactos e de um quarto já são uma realidade há mais tempo, o morador da Grande BH tem como referência imóveis mais amplos. Por isso, a transição para um novo modelo representa uma quebra de paradigma e encontra, naturalmente, uma resistência mais acentuada”, afirma o gerente de Comunicação e Dados do QuintoAndar.
O percentual de entrevistados que dizem que jamais morariam em cohousings é ainda maior que o de ‘tiny houses’ em BH: 40%. Cohousings são moradias colaborativas em que moradores mantêm casas privativas, mas compartilham áreas comuns, como o jardim e a área de jantar, e tomam decisões de forma conjunta, promovendo uma vida em comunidade.
Metodologia
Ao todo, foram realizadas 2.485 entrevistas online com a população brasileira com 18 anos ou mais, das classes A, B e C, em todas as cinco regiões do país (Sudeste, Sul, Norte, Nordeste e Centro-Oeste). Há uma amostra representativa das regiões metropolitanas de Rio, São Paulo e Belo Horizonte e das cidades de Brasília e Curitiba. A pesquisa foi feita entre os dias 14 e 31 de agosto de 2025 e tem uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos para o total da amostra. No caso de BH, foram ouvidas 300 pessoas e a margem de erro é de 6 p.p.