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Setembro Amarelo: psicólogo explica principais sinais de depressão e ansiedade em crianças e adolescentes

Tempo de leitura: 3 min

em 11/09/2024

Setembro Amarelo: psicólogo explica principais sinais de depressão e ansiedade em crianças e adolescentes

Os sintomas são diversos e as maneiras de identificá-los são cada vez mais subjetivas. Essa é a realidade da depressão e da ansiedade, doenças que vão muito além de “tristeza” ou “nervosismo” e provam que questões de saúde mental não possuem “cara” e, muito menos, idade. Em 2023, uma análise da Folha de S. Paulo revelou que, pela primeira vez, o número de crianças e adolescentes com ansiedade superou o de adultos com o transtorno. O estudo tinha como base os dados da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do SUS (Sistema Único de Saúde), e revelou ainda que a depressão é a segunda condição que mais afeta os jovens.

Mas, como identificar se alguma dessas neuropatologias estão afetando uma criança ou adolescente? Apesar dos sintomas um tanto imprecisos, a autenticidade da infância ainda pode colaborar na hora de reconhecer uma condição emocional. Pelo menos é o que explica o psicólogo Carol Costa Júnior, da Hapvida Notredame Intermédica. Segundo ele, a depressão e a ansiedade são como verdadeiras irmãs. Por isso, seus primeiros indícios muitas vezes andam de mãos dadas e são muito parecidos com os que se manifestam nos adultos. “A principal diferença é que as crianças costumam ser mais genuínas e expressam seus sentimentos de forma mais direta, enquanto os adultos tendem a tentar esconder suas emoções, muitas vezes mascarando seus sentimentos mais do que as próprias crianças, que ainda estão aprendendo a lidar com as emoções“, afirma.

Na hora de procurar pelos sinais, especialmente nas menores idades, é importante se atentar ao embotamento afetivo, caracterizado quando a criança se torna menos expressiva e busca o isolamento, evitando interações sociais e se voltando para a introspecção. “Outros sinais são choro fácil, insônia, irritabilidade, fadiga e cansaço. A melancolia e o pensamento pessimista também podem se tornar evidentes. Crianças com e comportamentos fora do normal, como uma dependência excessiva dos pais,  buscando constantemente conforto e proximidade, também indicam um possível enfrentamento de conflitos emocionais”, pontua o psicólogo.

Carol Costa explica que algo que muitos pais não sabem é que atitudes ansiosas em jovens podem ser um reflexo direto dos comportamentos dos genitores. “A ansiedade é o próprio corpo se preparando para algo, mas, nas crianças, algo comum é a tendência em copiar as condutas dos pais. Isso ocorre porque elas ainda estão modulando seus comportamentos. Por esse motivo, ambientes familiares mais acolhedores e estruturados são diferenciais na formação emocional dos pequenos”, relata o especialista.

Já a depressão, em linhas gerais, se caracteriza por um desequilíbrio neuroquímico. “Ela nos leva a ter dificuldade em realizar tarefas diárias e impacta diretamente na qualidade de vida e no nosso funcionamento geral. Nas crianças e adolescentes, ela pode envolver situações pequenas e gerar melancolia mais facilmente do que em adultos, que apresentam maior experiência”, alerta. Nessa linha, Carol Costa explica o principal indício de que é o momento de tomar uma atitude:  “Momentos de ansiedade, depressão e tristeza fazem parte da vida. Mas existe uma grande diferença. Por exemplo, uma coisa é você não gostar de ir comprar o pão, outra coisa é você não conseguir mais ir comprar o pão. Quando há uma incapacidade, nós caracterizamos que existe algo patológico“, exemplifica o psicólogo.

Para ele, a melhor atitude quanto às crianças é o diálogo aberto sem julgamentos. A própria proximidade familiar e a realização de momentos de lazer e atividade física pode ser vital na manutenção de um desenvolvimento saudável em idades menos avançadas. O especialista da Hapvida Notredame Intermédica destaca que o suporte psicológico e psicoterapêutico é essencial e deve ser valorizado em todas as faixas etárias, mas, o próprio equilíbrio e orientação familiar podem fazer toda a diferença. “Estabelecer um canal de conversa, de diálogo e de confiança pode garantir que, quando as adversidades aparecem, os pais se portem como parceiros, guiando sempre positivamente“, completa. 

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