A turma C do Teatro Universitário (TU) da UFMG apresenta, de 11 a 21 de dezembro, na Funarte, o espetáculo “Receita” que acompanha a trajetória de Regina Cardoso, uma mulher que, em meio à pressa, ao cansaço e ao cotidiano maçante, aprende, pouco a pouco, a dizer “não”. A entrada é gratuita.
A montagem tem direção de Rogério Lopes e dramaturgia de Nayara Leite, num texto que aborda questões socioeconômicas, raciais e de gênero. A temática também dialoga com as pesquisas e práticas cênicas desenvolvidas na instituição. “Neste ano, iniciamos o projeto de extensão ´Criação nas A0rtes Cênicas e Pensamento Feminista´, que tem entre seus objetivos o combate ao machismo e o fortalecimento da cultura da equidade de gênero dentro e fora da escola”, comenta Rogério.
O texto de Receita reúne elementos das pesquisas de Nayara Leite como mestranda em Teatro na UFMG e dos saberes transmitidos por sua mãe, Joana Vieira. “Assim como a oralidade, que permanece viva pela transmissão, Receita integra esse ciclo: um saber que me foi passado e que agora será compartilhado com o público na encenação dos alunos do Teatro Universitário”, afirma.
Para o elenco o espetáculo tem uma abordagem cênica que “tensiona passado e presente, revelando estruturas de opressão que atravessam a vida de mulheres brasileiras e, ao mesmo tempo, a urgência da insubordinação cotidiana como gesto político”. No palco, treze atores usam elementos da música, dança e do mascaramento. A dramaturgia costura tudo isso.
A peça fica em cartaz entre os dias 11 e 21 de dezembro, às 19h, de segunda a sexta-feira, e às 18h, aos sábados e domingos, na Funarte, localizada na Rua Januária, 68, no Centro de Belo Horizonte.
Sinopse
No retorno para casa, Regina Cardoso, moradora de Ribeirão das Neves, tenta atravessar, cheia de sacolas, a catraca dupla da Estação do MOVE e percebe que algo não se encaixa, nem nela, nem no mundo ao redor. Entre o impulso de seguir e a necessidade de parar, Receita acompanha a travessia tragicômica de uma mulher, como tantas outras, que em meio à pressa e ao cansaço de viver, está aprendendo a dizer não.
