
Em dose tripla – 34ª Expocachaça, 18ª Brasilbier e 3ª Minas + Doce, edição 2025 reúne expositores de 18 estados brasileiros ocupando os 12 mil m2 do Center Minas. Estimativa é de que 25 mil pessoas passem pelo evento no período.
Belo Horizonte, 11 de julho de 2025. De 7 e 9 de agosto, Belo Horizonte se torna a capital mundial da cachaça de alambique com a realização da 34ª Expocachaça, evento pioneiro do setor. Neste ano, a Feira se consolida como um hub de fomento cultural, gastronômico e empreendedor ancorando mais dois eventos: a 18ª BrasilBier ampliando a visibilidade das cervejas especiais brasileiras; e a 3ª edição do Minas + Doce, plataforma que traz visibilidade à riqueza cultural da produção de doces do Estado de Minas. O evento acontece todos os dias das 12h às 00h no CenterMinas Expo (Av. Pastor Anselmo Silvestre, 1495 – União) com uma programação intensa nos formatos B2B (feira de negócios) e B2C (festival aberto ao público). Ingressos já estão à venda no site Ingresse (https://www.ingresse.com/expocachaca/ ) e na bilheteira do evento.
Duzentos e cinquenta expositores de 18 estados brasileiros ocuparão integralmente os mais de 12.170 m² do pavilhão distribuídos em estandes coletivos e individuais apresentando mais de 2 mil marcas de produtos, insumos e equipamentos de toda a cadeia produtiva para as cachaças de alambique. A previsão é de que a feira movimente R$ 30M durante e pós-evento.
A realização da Expocachaça desde 1998 foi um importante movimento para que a cachaça, antes vista de forma depreciativa, passasse a ser reconhecida como um destilado nobre, produzido dentro de padrões de qualidade que impulsionam inclusive a ampliação de seu consumo no mercado nacional e internacional. “Mais uma vez reforçamos nossa missão de promover a cachaça de alambique, agregando valor ao produto e fomentando negócios em todo o ecossistema. Aqui a cachaça sempre foi protagonista,” diz José Lúcio Mendes idealizador da Expocachaça. “É interessante dizer que esta trajetória que iniciamos há 27 anos atrás com a cachaça de alambique é a mesma que realizamos há 18 com a cerveja artesanal e agora há 3 com a doçaria mineira. Acredito firmemente que estas iniciativas fomentam um movimento em prol da valorização de nossos patrimônios históricos, culturais e gastronômicos”, afirma José Lúcio Mendes. Somada todas as edições, a Expocachaça já gerou cerca de R$ 500M em negócios e recebeu aproximadamente 2,36 milhões de visitantes.
A 34ª Expocachaça, 18ª BrasilBier e 3ª edição do Minas + Doce tem o patrocínio do Sicoob Divicred e apoio da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. A 34a Expocachaça e a 3a edição do Minas + Doce são realizados através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais e do patrocínio da CEMIG.

Um paraíso de oportunidades e negócios
Mais que um festival, a Expocachaça se posiciona como um verdadeiro hub de negócios e conexões, envolvendo produtores, distribuidores, lojistas, exportadores, pesquisadores e apreciadores.
O evento responde a um setor que segue em ritmo de crescimento e fortalecimento, como revela o Anuário da Cachaça 2025 (Acesse aqui para ter acesso ao documento), divulgado recentemente pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Os dados, referentes ao ano de 2024, mostram que o Brasil conta atualmente com 1.266 estabelecimentos registrados, um aumento de 4% em relação ao ano anterior e de 33% na comparação com 2018. A região Sudeste lidera com folga, reunindo 65,4% do total nacional. Nesse cenário, Minas Gerais reafirma sua posição de protagonismo: são 501 cachaçarias registradas no estado, o que corresponde a 39,6% de todos os produtores do país.
O número de rótulos de cachaça registrados também teve avanço expressivo, totalizando 7.223 produtos, um crescimento de 20,4% em relação a 2023. Mais uma vez, Minas Gerais se destaca, sendo responsável por 2.492 desses registros, ou seja, 34,5% do total nacional, o que demonstra a riqueza e a diversidade da produção artesanal no estado.
A produção nacional também registrou uma alta significativa. Em 2024, foram declarados 292,46 milhões de litros de cachaça, um crescimento de 29,6% frente aos 225,6 milhões de litros produzidos em 2023. A região Sul foi a que apresentou o maior avanço percentual: um salto de 300,6%, com 58,2 milhões de litros produzidos. Já a região Sudeste permanece na liderança, com mais de 172,6 milhões de litros, o equivalente a 59% da produção nacional.
Em termos de empregabilidade, a cadeia produtiva da cachaça também se mostra relevante. Em 2024, o setor gerou cerca de 6.363 empregos diretos mensais, o que representa 4,5% de todos os empregos formais no setor de bebidas do país, segundo dados do CAGED/MTE.
No campo das exportações, o setor enfrentou retração. O Brasil exportou 5,58 milhões de litros da bebida para 74 países, o que representa uma queda de 22,7% no volume e de 28,1% no valor, totalizando US$ 14,54 milhões.
Minas Gerais, além de ser o berço da cachaça de alambique, permanece como motor cultural e econômico da bebida, seja pela quantidade de alambiques, seja pela variedade de marcas e estilos, preservando o saber-fazer tradicional ao mesmo tempo em que impulsiona inovação e profissionalização no setor.
3ª Minas + Doce: Tradição e inovação da doçaria mineira
Desde 2023, a Expocachaça abriga também o evento Minas + Doce, uma feira e festival ancorado que celebra a riqueza e a diversidade da doçaria mineira, envolvendo a produção de doces artesanais, quitandas, queijos minas artesanais, licores, cachaças, azeites e vinhos.
Em sua 3ª edição, o evento ocupa um espaço ainda mais estruturado e afetivo, com cerca de 40 estandes selecionados a dedo, conforme destaca José Lúcio, diretor do evento. “Começamos com apenas 12 estandes, dentro da Expocachaça, de forma experimental. Mas a parceria entre a doçaria e a cachaça deu muito certo e o projeto cresceu.
Rosilene Campolina, curadora da Minas + Doce, mestre em gastronomia e Sustentabilidade explica os motivos do sucesso nessa união dos projetos: “Ambos vêm da cana-de-açúcar e usam o cobre como símbolo da tradição e da técnica: o tacho nos doces e o alambique na cachaça”, pontua. Ela continua: “A doçaria mineira vai muito além do queijo com goiabada, do doce de figo ou de laranja. Temos muita tradição unida à inovação e é isso que também iremos mostrar em nosso festival”, reforça a curadora.
Além da exposição e comercialização dos produtos, o Minas + Doce investe em vivência e conhecimento gastronômico por meio da “Cozinha Viva Minas + Doce”, com nove oficinas distribuídas ao longo dos três dias de evento, sendo três por dia e duração de 50min / aula, todas ministradas por chefs confeiteiros premiados.
Cada oficina recebe até 30 participantes, com inscrições gratuitas feitas no local, garantindo o acesso democrático para quem estiver presente na feira. “Essa cozinha é viva, porque mostra o preparo ao vivo, valoriza as receitas afetivas e a cultura por trás das mãos que fazem o doce. Cada receita conta uma história. Teremos releituras de doces históricos com toques de inovação, como brigadeiro de cachaça com café, broa de fubá com queijo Minas + doce de jabuticaba e toque de cachaça, trufa de doce de leite com queijo, são alguns exemplos de deliciosas receitas com ingredientes típicos de Minas que teremos no dia”, explica.
Os queijos artesanais mineiros também são presença garantida na feira, ingredientes essenciais da cultura gastronômica do Estado. “Doce sem queijo é igual amor sem beijo”, brinca Rosilene, destacando a parceria com a Amiqueijo (Associação Mineira do Queijo Artesanal) e outros expositores que estarão presentes ao lado dos estandes de doces.
O evento ainda reúne uma cadeia diversa de profissionais que movimentam a economia criativa da gastronomia: do confeiteiro ao designer de embalagem, do produtor ao comunicador. “Estamos unindo produtores, chefs, jornalistas, comerciantes e empreendedores em um só espaço, celebrando o que Minas tem de melhor. Receberemos representantes de quase 20 estados brasileiros, o que mostra a força da Expocachaça como vitrine nacional”, completa.
O Minas + Doce também abre espaço para os sabores salgados que carregam a identidade mineira. Nesta edição, o público poderá se deliciar com opções como pão de queijo com doce de leite ou com goiabada de São Bartolomeu, reconhecida como patrimônio imaterial, além de quitutes afetivos como o famoso pão com linguiça artesanal, aquele típico das paradas de estrada que mora na memória afetiva dos mineiros. A chef Euzi Nascimento assina essa iguaria, que poderá ser apreciada no seu estande no evento. Também terão sanduíches de pão de queijo recheados com pernil, reafirmando a proposta do festival de valorizar a tradição, a simplicidade e o sabor das receitas mineiras, sejam doces ou salgadas.
Outro destaque da edição é a valorização das associações de produtores, que desempenham papel fundamental na estruturação e no fortalecimento do setor. Entre elas estarão presentes associações de doceiras de diversas regiões, como a Rota das Doceiras da Lapinha, em Lagoa Santa, e a ASQUIC – Associação As Quitandeiras de Congonhas, que está próxima de conquistar o título de patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo “ofício das quitandeiras, além da Associação dos Produtores de Azeites do Sul de Minas (ASSOLIVE), a Associação dos Vinhos de Mesa e de Sobremesa da Uva, a Associação das Prodejas (Produtoras de derivados de jabuticaba de Sabará). “As associações agregam, formalizam e viabilizam a presença de pequenos produtores em eventos grandiosos como esse. Muitas vezes, é por meio delas que os expositores conseguem participar e mostrar a qualidade do seu trabalho. Há ali um espírito de cooperativismo muito bonito e necessário”, ressalta Rosilene Campolina.
Ao impulsionar a geração de renda e formalização dos produtores locais, o Minas + Doce se firma como uma plataforma estratégica de visibilidade para o setor, promovendo conexões entre público, produtores, associações e negócios. Segundo Rosilene, o evento já garante não só a venda no local, mas encomendas, pós-venda e networking entre os expositores. “Queremos manter viva essa tradição e, ao mesmo tempo, criar caminhos para transformar a arte de fazer doces em negócios sustentáveis. Toda essa visibilidade que a vitrine Expocachaça proporciona tem sido um sucesso para a construção dessas pontes”, concluiu José Lúcio.