E se o amor tivesse data para acabar? Essa é a provocação central de “Temos uma Mesa” ,espetáculo idealizado pelos artistas mineiros Igor Rangel e Thiago Vidigal, que estreia no dia 22
de novembro, sábado, às 20h, e no dia 23, domingo, às 16h e 19h, no Galpão 1 da Funarte/MG,
em Belo Horizonte. A montagem marca a primeira criação independente da dupla após a
formação no curso técnico de Teatro do CEFART e propõe uma experiência íntima sobre o amor,
a despedida e o fim. A classificação indicativa é 14 anos e os ingressos estão disponíveis no
Sympla, a partir de R$ 15.
A história, escrita por Igor Rangel, acompanha um casal recém-casado que descobre que um
deles morrerá em 36 horas. Diante da iminência do fim, tudo o que lhes resta é uma mesa como
lugar de encontros, memórias, conflitos e despedidas. “Essa mesa representa tudo que eles
construíram juntos. É o símbolo do amor e também da perda, e tudo que eles têm neste
momento é a mesa e um ao outro”, destaca o autor e diretor Igor Rangel.
Com estética minimalista e foco na atuação, “Temos uma Mesa” nasceu do desejo dos artistas
de criarem suas próprias oportunidades de cena. “Sempre quisemos trabalhar juntos após o
curso e, quando o texto ficou pronto, sabíamos que era a hora de colocá-lo em movimento”,
conta Igor. “É tudo muito novo e desafiador, mas tudo fica mais seguro quando se tem uma
equipe que acredita em mim e no meu trabalho. O Glayson e o Thiago, atores que dão vida ao
texto, são muito generosos e isso faz o processo ficar ainda mais divertido”, comemora.
Escrita ao longo de dois anos, a obra é inspirada em diversos relacionamentos antigos do autor
e, segundo ele, quem já viveu um relacionamento monogâmico caótico vai se identificar com a
histórica contada nos palcos. Além disso, a dramaturgia foi selecionada, entre mais de 250
inscrições, na “Convocatória Brasis” da Editora Javali, referência nacional em publicação teatral.
O texto integra a Coletânea de Teatro Contemporâneo, que será lançada no final de 2025,
reunindo autores de todo o País.
Rede de apoio ajuda a viabilizar a peça – Durante meses, os artistas buscaram apoio por meio
de editais municipais e estaduais, mas optaram por realizar o projeto de forma inteiramente
independente. “Belo Horizonte é uma cidade muito rica em cultura, mas, infelizmente, ainda
faltam incentivos para artistas em início de carreira. Montar esse espetáculo por conta própria
é também um ato de resistência”, explica Thiago Vidigal, que integra o elenco e assina a
produção.
Para viabilizar financeiramente a primeira montagem, Thiago conta que a ajuda de diversos
amigos e artistas da capital foi fundamental. “Acreditamos muito nessa história e contamos com
o apoio de muitos amigos que, assim como nós, também estão começando na cena artística da
cidade. Pessoas que têm um trabalho muito rico, de extrema qualidade e que merecem muito
terem reconhecimento”.
Após a estreia, a dupla torce para que a peça ganhe mais visibilidade e circule em outras cidades
e festivais. “Nosso sonho só está começando. A gente quer levar nossa mesa para o Brasil
inteiro! Temos muito orgulho desse trabalho e confiamos que é só o início de uma longa jornada
com ele nos palcos”, completa Igor.

Igor Rangel – Formado em Teatro pelo CEFART/MG e em Direito pela UniArnaldo, Igor é ator,
produtor cultural e dramaturgo, além de se aventurar na direção teatral. Desenvolve trabalhos
auto ficcionais, buscando fundamento em suas memórias, rotinas, fofocas e mentiras. Seus
trabalhos de destaque incluem o conto ficcional “ela planta saudade e colhe mexerica”,
publicado na antologia “Leituras a Beira-Mar” e lançado na Bienal do Livro – Rio 2025; a cena “da
dor e do desejo”; o espetáculo “Profecia VI”, apresentado no Teatro João Ceschiatti; e a
montagem “Temos uma Mesa”, a qual assina a dramaturgia e direção.
Thiago Vidigal – Possui formação em Teatro pelo CEFART/MG e em Jornalismo pela PUC Minas.
É ator, produtor cultural e dramaturgo, que acredita no afeto como fio condutor da vida e da
arte. Nos palcos desde os 11 anos, tenta levar o olhar com que enxerga o mundo em seus
trabalhos, ora com leveza, ora com sarcasmo. Entre seus principais trabalhos estão os
espetáculos “Branca de Neve e os Sete Anões”, “Nas Ondas do Rádio”, “Profecia VI”, “Terreno
Baldio” e “Temos uma Mesa”, além dos curtas-metragens “Fraterno”, “Da Dor e Do Desejo” e
“Sem Respirar”.
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