
De acordo com a pesquisa Intenção de Consumo das Famílias, analisada pelo núcleo de Pesquisa & Inteligência da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o ICF registrou queda na intenção de consumo em Belo Horizonte em outubro. O indicador teve retração de 0,9 ponto em comparação com o mês de setembro, chegando aos 94,5 pontos. O nível de satisfação no consumo é atingido aos 100 pontos. Por outro lado, a pesquisa também mostra que famílias com renda acima de 10 salários, e abaixo desta faixa de renda, projetam maior consumo nos próximos seis meses na capital.
A perspectiva de consumo nos próximos seis meses oscilou positivamente na capital em 0,1 p.p. elevando este indicador para 104,7 pontos em outubro. Contribuiu para este resultado, a informação de que 71,6% estão comprando igual (39,2%) ou mais (32,4%). Os dois grupos de famílias apontam para nível de satisfação na projeção de consumo no próximo semestre: abaixo de 10 salários aos 102,4 pontos e acima desta faixa de renda, aos 118,9 pontos.
A pesquisa mostra também que o nível de segurança no emprego continua satisfatório, acima dos 100 pontos. Mas esse indicador caiu de 124,4 pontos em setembro para 119,4 em outubro, mais de cinco pontos de retração. Para 41,8% dos entrevistados, a confiança na manutenção do emprego está igual à do ano passado, para 35,9% a condição atual é superior à verificada no ano passado e 16,5% declaram-se inseguros na atual situação. As famílias com renda acima de 10 salários são as mais confiantes pontuando 136,1, aquelas com renda menor ficam nos 116,8 pontos em relação à segurança no emprego.
Quando se compara a renda de outubro com a do mesmo mês do ano passado, 49,2% dos entrevistados consideram que está igual. Para 25,2% está melhor e para outros 25,6% está pior. A piora é mais sentida pelas famílias de renda abaixo de 10 salários já que 27,8% delas indicam a condição. A mesma percepção só é válida para 11,5% das que ganham acima da faixa de renda. Em razão disso, o indicador de renda atual para o grupo com renda acima de 10 salários vai a 118,9 pontos percentuais, enquanto registra 99,6 pontos para as de menor renda perfazendo um indicador geral de quase satisfação aos 99,7 pontos, 2,0 pontos menor do que o de setembro.
Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, destaca também o acesso ao crédito entre as famílias, que é satisfatório para as que possuem uma renda superior a 10 salários-mínimos, aos 107,8 pontos e fica bastante abaixo, nos 79,8 pontos, para o grupo de renda menor. “A maior expectativa de consumo entre as famílias perpassa por diversos fatores. Um consumidor tende a comprar mais quando há uma maior confiança no seu emprego, maior disponibilidade de renda e facilidade de acesso ao crédito. Hoje há um cenário de acesso ao crédito mais facilitado para aqueles que recebem mais de 10 salários-mínimos, uma parcela bem restrita da população. Visto isso, a perspectiva positiva dos consumidores pode estar atrelada ao mercado de trabalho aquecido, o que garante confiança na manutenção dos empregos, eleva a renda e, consequentemente, o consumo”, concluí Martins.
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