Junho Laranja alerta sobre anemia, leucemia e reforça a importância da doação de medula óssea

A Rede Mater Dei de Saúde celebrou seus 45 anos de história, no dia 1º de junho, com a realização da 2ª Mater Run, em Belo Horizonte. A corrida foi marcada por momentos de superação, conexão e bem-estar, reforçando o compromisso da instituição com a promoção da saúde e da qualidade de vida. Entre as histórias inspiradoras do evento, a da psicóloga Mariana Cunha Gonçalves, de 25 anos, emocionou a todos. 

Ao lado da mãe e da irmã, ela caminhou 2 km celebrando quatro anos do seu transplante de medula óssea. Recentemente, Mariana conquistou o 1º lugar na categoria feminina e o 9º lugar geral em uma competição de supino, levantando 42 kg, mais uma prova de que superar é possível. “Quando descobri a leucemia, minha vida e a da minha família pararam. Cheguei a ficar seis meses sem mexer o corpo. Hoje, o movimento é tudo para mim. Foram quase quatro anos de reabilitação com fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia. Participar da corrida, cercada por pessoas queridas e pelos profissionais que cuidaram de mim, é uma grande vitória”, relata emocionada.

A história dela se junta às de tantos outros pacientes na campanha Junho Laranja, que busca conscientizar a população sobre a leucemia e a anemia, duas condições que envolvem o sangue e exigem atenção e diagnóstico precoce. A campanha também reforça a importância da doação de medula óssea e sangue.

Câncer do sangue: entenda a leucemia

É um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos e a medula óssea, responsável pela produção do sangue. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa é de que 11.540 novos casos sejam diagnosticados no Brasil em 2025. Embora seja o tipo de câncer mais comum em crianças, também atinge adultos com frequência.

De acordo com o hematologista da Rede Mater Dei de Saúde da RMBH, Dr. Thiago Haikal, existem diversos tipos de leucemia, divididos em agudas (de evolução rápida) e crônicas (de progressão lenta). “Nas leucemias crônicas, os sintomas são sutis e surgem aos poucos, o que dificulta o diagnóstico precoce. Já nas agudas, os sinais aparecem de forma abrupta e se agravam rapidamente. Por isso, qualquer sintoma persistente deve ser investigado”, alerta o especialista.

Os principais sintomas incluem anemia persistente, manchas roxas na pele, sangramentos frequentes, baixa imunidade, infecções recorrentes, gânglios aumentados – principalmente no pescoço e axilas, perda de peso sem explicação e dores ósseas e articulares. 

Gestos que podem salvar vidas 

O REDOME (Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea) conecta doadores e pacientes que aguardam transplante. Mariana também se tornou multiplicadora dessa causa: “doar medula é um gesto simples, generoso e sem riscos para quem doa. Basta se cadastrar no REDOME e fazer uma coleta de sangue. É fundamental também manter os dados atualizados no sistema. Quanto mais doadores cadastrados, mais vidas podem ser salvas”, reforça

Um problema de saúde silencioso 

A anemia afeta cerca de 30% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela ocorre quando há uma quantidade insuficiente de glóbulos vermelhos ou hemoglobina no sangue. A forma mais comum é a anemia ferropriva, causada pela deficiência de ferro, que representa cerca de 90% dos casos. Além dessa carência, a anemia pode ter outras causas: genéticas (como anemia falciforme), deficiências vitamínicas (B12 ou ácido fólico), doenças crônicas (renais, hepáticas, da tireoide) e até certos tipos de câncer. Os grupos mais vulneráveis são crianças em fase de crescimento, mulheres em idade fértil, gestantes, idosos e pessoas que fizeram cirurgia bariátrica. 

O Dr. Thiago Haikal explica que é fundamental entender a origem da anemia para tratar corretamente: o hemograma é o primeiro passo, seguido de uma investigação médica completa. Por isso, realizar exames de rotina, manter uma alimentação equilibrada e hábitos saudáveis são atitudes essenciais para a prevenção e o diagnóstico precoce”, orienta.