O mês de março começa com as atenções voltadas para a campanha “Março Azul” – que tem o objetivo de conscientizar os brasileiros para a prevenção e o combate ao câncer de cólon e reto (ou câncer de intestino), o terceiro tipo de câncer que mais mata no país e um dos mais incidentes no Brasil. Alguns famosos como Pelé, Preta Gil e Chadwick Boseman (o ator que interpretou o super-herói Pantera Negra) foram diagnosticados com a neoplasia e acendem o alerta para o início silencioso da doença.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam uma estimativa de 45.630 novos casos anuais entre 2023 e 2025, correspondendo a um risco de 21,10 casos por 100 mil habitantes brasileiros. Deste total, 23.660 em mulheres e 21.970 entre os homens. Os números são preocupantes e exigem, cada vez mais, iniciativas que alertem os brasileiros sobre a adoção de hábitos saudáveis e a importância da realização de exames preventivos, sendo a colonoscopia o melhor método.
Fatores de risco
De acordo com o Dr. Rodrigo Roda, coordenador do Setor de Endoscopia do Mater Dei Santo Agostinho e Mater Dei Betim-Contagem, o estilo de vida tem grande influência para o aparecimento do câncer de intestino: “somente 20% dos casos têm predisposição genética. Entre os principais fatores de risco estão a idade (após os 45 anos os riscos aumentam significativamente), alimentação inadequada (consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, embutidos e carne vermelha), tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo e excesso de peso”.
Prevenção
A colonoscopia é a forma mais poderosa no combate ao câncer de intestino e reduz a mortalidade em até 80%. Independentemente do sexo ou da presença de sintomas, todos devem fazer o exame a partir dos 45 anos. “O procedimento é rápido, seguro, indolor e permite a retirada dos pólipos – verrugas que surgem no intestino e que possuem o potencial de virar câncer. Esse processo entre o aparecimento do pólipo até o desenvolvimento da neoplasia leva cerca de 10 a 15 anos. Por isso, a colonoscopia realizada no momento certo é tão eficaz na prevenção do câncer”, garante o Dr. Rodrigo Roda.
“Muitos pacientes não realizam a colonoscopia por não sentirem nada. Trata-se de um erro frequente. O câncer de intestino é silencioso e causa sintomas somente nas fases avançadas, quando a chance de cura é menor. Outro erro é menosprezar sintomas leves, como alteração do hábito intestinal, sangramento nas fezes ou anemia. Muitas vezes esses sintomas são interpretados como sangramento por hemorroidas ou fissuras e o exame de colonoscopia não é solicitado”, esclarece o especialista.
Nas quatro unidades dos hospitais da Rede Mater Dei da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Mater Dei Santo Agostinho, Mater Dei Contorno, Mater Dei Betim-Contagem e Mater Dei Nova Lima), foram realizadas 8.137 colonoscopias em 2024. “A cada ano a quantidade de exames cresce, mas ainda é grande o número de pessoas desinformadas que não realizam a colonoscopia na idade correta. Temos que informar a população e mostrar que a colonoscopia evoluiu muito e não deve ser temida. Precisamos quebrar esse tabu. O preparo para procedimento melhorou, a sedação é segura e o risco de complicações quase não existe”, afirma Dr. Rodrigo Roda.
Em 2025, a campanha Março Azul tem o mote “45+ Chegou a hora de salvar sua vida”. Vale lembrar que anteriormente a idade inicial para realização da colonoscopia como método de prevenção do câncer era 50 anos, entretanto, o aumento expressivo do número de casos em pacientes jovens mudou a orientação para os 45 anos. “Estudos demonstram aumento da incidência do câncer de intestinal em até 70% dentro os pacientes jovens nas últimas décadas. Por isso, se você possui 45 anos ou mais procure os médicos especialistas para a realização da colonoscopia”, conclui Dr. Rodrigo Roda.
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