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Você tem fome de quê? Especialista explica a diferença entre fome física e fome emocional

Tempo de leitura: 3 min

em 17/07/2025

Você tem fome de quê? Especialista explica a diferença entre fome física e fome emocional

Você já comeu sem estar com fome? Só para aliviar alguma emoção? Quando estamos tristes, ansiosos, entediados ou sobrecarregados, é comum buscarmos conforto na comida. Mas, em que momento devemos ligar o alerta e observar se a fome que sentimos é física ou emocional?

Conforme explica a nutricionista Simone Brasil, especialista em nutrição sistêmica e comportamental do Instituto de Psicologia Médica, a fome física é a necessidade biológica de nutrir o corpo. Surge aos poucos, com sinais como sensação de estômago vazio, queda de energia ou leve tontura. Ao comer, sente-se saciedade e satisfação física.

“Já a fome emocional, especialmente a que vem da ansiedade, aparece de repente, como uma urgência. Muitas vezes, nem estamos com fome de verdade. Já estamos com o estômago cheio, mas mesmo assim comemos. Não é o corpo que está pedindo, mas sim a mente e o coração buscando alívio”, esclarece a especialista.

Segundo Simone, a ansiedade é um estado emocional que nos coloca em alerta por algo que ainda não aconteceu, mas que tememos enfrentar. Pode ser uma reunião importante, uma conversa difícil, um problema não resolvido. E comer vira uma tentativa de preencher o que está vazio dentro, não do estômago, mas do coração, da mente, das emoções.

“Quando a comida entra nesse lugar, ela deixa de ser nutrição e vira anestesia. Não tem a ver com vontade de um alimento específico, é a vontade de se sentir melhor, de aliviar, mesmo que por alguns minutos. Perceber isso é o primeiro passo. Não pra se culpar, mas pra se acolher. E começar a olhar com mais carinho para o que realmente está precisando naquele momento”, afirma a nutricionista.

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Simone Brasil – Foto Davidson Alves Rocha

Fome emocional é um transtorno?

Simone Brasil pondera que comer sem fome nem sempre está relacionado a algum transtorno alimentar. Muitas vezes, o que acontece é o “comer transtornado”, um jeito de usar a comida para lidar com emoções difíceis, como a ansiedade, o medo, a solidão, a frustração ou a raiva.

“A fome emocional não é um transtorno. É um reflexo de como estamos vivendo. E o comer transtornado pode aparecer em momentos específicos da vida: um luto, uma mudança, uma crise, um estresse. Nesses períodos, é comum que a comida se torne um alívio imediato para algo que está difícil de sentir ou resolver.  E muitas vezes, quando a situação se resolve ou quando conseguimos olhar para o que estamos sentindo com mais consciência, voltamos naturalmente ao nosso eixo”, explica.

“Mas, se esse padrão se repete com frequência, se a pessoa entra em um ciclo de restrição e descontrole, de culpa e compensação, o comer transtornado pode, sim, evoluir para um transtorno alimentar”, ressalta.

E como tratar a fome emocional?

Ainda de acordo com a nutricionista, a fome emocional não se trata com dieta. Ela precisa ser cuidada com escuta, carinho e presença.

“Tratar a fome emocional começa por entender a história da pessoa, suas vivências, feridas, crenças e maneiras que aprendeu de lidar com a dor, seus medos, traumas. Muitas vezes, esse comportamento tem origem em experiências antigas que deixaram marcas de rejeição, comparação, excesso de exigência ou falta de afeto”, esclarece Simone.

Segundo a especialista, o processo nutricional terapêutico passa pelas seguintes etapas: Curar o passado e dar novos significados à dor, reconstruir a imagem corporal, olhar para as emoções com coragem e acolhimento, compreender os pensamentos que alimentam a culpa e a autocrítica e assumir a responsabilidadepor si com leveza.

“Quando o comer transtornado evolui para um transtorno alimentar, o cuidado precisa ser especializado, em equipe (nutricionista especializado, psicólogo especializado e o psiquiatra). Na nutrição terapêutica, o alimento é só uma parte do caminho. O foco está na pessoa, em sua relação com a comida, com o corpo, com a vida e com o sentir”, afirma Simone.

“O trabalho que realizo com meus pacientes não se trata apenas de montar um plano alimentar. Junto com cada pessoa, construo um espaço seguro, para que ela possa olhar com mais clareza e compaixão para sua história. É um processo de transformação profunda, onde, juntos, vamos reconstruindo o prazer de comer, o respeito pelo corpo e o direito de viver com mais leveza”, completa.

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