Professora do curso de Psicologia da Una orienta sobre como preservar a saúde mental dos estudantes
Milhares de crianças e adolescentes estão de volta às salas de aula. Apesar de muitos aguardarem as novidades e o reencontro com amigos, como fica a saúde mental dos estudantes com o início das atividades escolares?
Alguma apreensão como o início ou a retomada das atividades é natural, pois os estudantes começam a pensar nas entregas de trabalhos, provas, tirar notas altas e escolher o que fazer no futuro. Por isso, esse período de volta às aulas é conhecido por gerar empolgação, mas também estresse e ansiedade em parte dos alunos.
Camila Fardin Grasseli, docente do curso de Psicologia da Una, aponta alguns fatores estressantes que podem comprometer a saúde mental dos estudantes e promover um esgotamento emocional.
- Pressão por bons resultados: alguns alunos enfrentam expectativas acadêmicas muito altas. Desde muito cedo, os professores, a escola e, às vezes, os pais, já têm um discurso subentendido sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Essa pressão acadêmica gera muito estresse para o estudante e para a família.
- Competição acadêmica: estimular a competição acadêmica não é uma boa ideia quando o assunto é saúde mental dos estudantes. Se uma família ou uma escola fala muito sobre o Enem, ela está gerando um ambiente de competição acadêmica. Entre alunos que estão no 1º ou 2º ano do Ensino Médio ou até mesmo no 8º ou 9º ano do Ensino Fundamental, essa competição não deve ser estimulada, porque faz com que o adolescente sinta um grande estresse, que pode provocar depressão, angústia e sentimento de fracasso na escola. Exigir do estudante mais do que ele é capaz de suportar pode levar à frustração, ao desinteresse, ao desestímulo e à desmotivação em relação ao aprendizado.
- Preocupação com o futuro: ainda muito cedo, aos 12 ou 13 anos, alguns estudantes começam a se preocupar com o futuro. Acreditam que já deviam estar escolhendo a sua profissão e isso gera pressão e desgaste emocional.
- Bullying: algumas crianças e jovens sofrem bullying na escola e isso pode provocar não apenas que o estudante tenha um desempenho ruim ou repita o ano, mas também o desinteresse, o desestímulo e a desmotivação em relação ao aprendizado na escola e até mesmo a evasão.
Apoio nos estudos
Camila ressalta que é essencial que as crianças e adolescentes obtenham ajuda em como estudar. “Estudar não é uma coisa inata. É preciso ter contato com formas diferentes de estudo, para que cada aluno estude e aprenda da melhor forma possível. No começo, o aluno não sabe qual é o seu estilo de aprendizagem. Por isso, a escola ou os pais precisam ensinar formas diferentes de aprender para que o estudante possa experimentar e ver qual que combina mais com o jeito dele”, esclarece.
A especialista evidencia outras ações que atuam como apoio aos estudantes. “Além dessa questão de como aprender e de como ter organização e planejamento para os estudos, é importante ainda saber técnicas de relaxamento, porque às vezes os estudantes ficam ansiosos devido ao volume de dever de casa”.
A docente destaca ainda a relevância da atividade física para manter a saúde mental das crianças e adolescentes em idade escolar. “A atividade física é sempre bem-vinda, porque é um momento de relaxamento. Por mais extenuante que possa ser, a atividade física descansa o cérebro da rotina de estudos”. Camila salienta ainda a boa alimentação e ter uma rede de apoio – os familiares, os colegas e a própria escola – para garantir o conforto emocional.
Fonte: Rede Comunicação
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