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As festas passam, os hábitos ficam: por que não devemos tirar férias do autocuidado no fim de ano?

As festas de final de ano costumam vir acompanhadas de uma ideia comum e perigosa: a de que é preciso “pausar” o cuidado consigo mesmo. Como se entre o Natal e o Ano Novo valesse tudo — exageros, abandono da rotina, noites mal dormidas — e depois, em janeiro, é só apertar um botão de reinício. Mas o autocuidado não entra em recesso, ou pelo menos, não deveria. E isso não significa rigidez, culpa ou restrição extrema. Significa consciência e equilíbrio, especialmente em um período naturalmente mais sociável, festivo e fora da rotina.

Manter-se em movimento, por exemplo, faz toda a diferença. Se não for possível seguir o treino habitual, vale caminhar, subir escadas, dançar, brincar com crianças, fazer deslocamentos a pé. O corpo precisa de estímulo diário, mesmo que em menor intensidade.

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Na alimentação, o princípio é simples: manter uma base saudável ao longo dos dias. Bom consumo de frutas, verduras, legumes, hidratação suficiente e refeições estruturadas ajudam a reduzir os impactos dos excessos pontuais. Não é sobre “compensar” exageros, mas sobre não abandonar completamente a rotina e o controle.

O mesmo vale para o sono. Dormir mal por vários dias seguidos afeta o apetite, o intestino, o humor, o metabolismo e a imunidade. Mudanças na rotina são esperadas, mas evitar virar noites consecutivas ou desregular totalmente os horários de dormir, já é uma forma importante de proteção à saúde.

Caso saia do plano alimentar em uma refeição, a “regra é clara”: retome na próxima. Não existe “dia perdido”. Existe apenas a próxima escolha. Essa mentalidade evita o efeito dominó, em que um deslize vire uma semana inteira de descuido, ou um abandono total da dieta.

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Outro ponto essencial é a moderação no consumo de álcool, do sal e açúcar (também, de adição). O excesso frequente — e não o consumo ocasional — é o que mais impacta na saúde metabólica, cardiovascular e intestinal.

Por fim, talvez valha a pena trazer para a reflexão, que o que realmente determina sua saúde e longevidade não é a semana entre o Natal e o Ano Novo, mas sim o intervalo entre o Ano Novo de 2025 e o Natal de 2026. Será o seu comportamento nos próximos 365 dias que promoverá ou não, resultados consistentes, sustentáveis e duradouros.

É verdade que uma semana de descuidos intensos pode, sim, gerar prejuízos (desidratação, perda muscular, aumento da gordura corporal) — especialmente dependendo dos exageros. Mas ela não define o todo; assim como a soma das escolhas feitas ao longo do ano, te definem.

Cuidar de si não é um projeto de curto prazo, nem um esforço concentrado em datas específicas. É um compromisso contínuo. As festas passam. Os hábitos ficam. E o corpo responde exatamente a isso.

Boas Festas!
Nos vemos em 2026.

Obrigada por nos acompanhar sempre aqui no Portal BH Em Pauta!
Com amor,
Marcela nutri

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Marcela Rodrigues Rocha
Nutricionista (CRN9 – 5529), especialista em Gastronomia, Mestre em Ciências dos Alimentos e Doutoranda em Engenharia de Alimentos – USP.
@marceladricha
Fotos: FreePick

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