O carnaval de 2025 vai ser especial para o OriSamba: o bloco comemora 10 anos de história em BH preservando toques, ritmos, cantigas e composições que remetem a umbanda, enxergando e praticando costumes dessas tradições.
A festa do OriSamba será dividida em dois desfiles no bairro Lagoinha, onde fica a sede do bloco – surgido na Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente – na sexta-feira, dia 28 de fevereiro, e no domingo, dia 02 de março com cortejos temáticos e especiais, patrocinados pela Cemig e pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Belotur.
O bloco conta com uma bateria de 75 integrantes, um corpo harmônico e vocal de 10 integrantes, equipe técnica com 15 pessoas, capangueiras que são o corpo de baile com 25 pessoas, além do apoio da comunidade.
Regente da Folia
Na sexta, dia 28 de fevereiro, o OriSamba apresenta o cortejo “Regente da Folia”, um espetáculo dividido em três atos: conceituação, exercício do conflito e a catarse. “Vamos apresentar o realce de todo o trabalho nesses 10 anos que consiste na luta pelo empoderamento das pessoas negras, periféricas e de comunidades tradicionais, aproveitando a cênica que a afro periferia nos proporciona, a luz da lua, inserções cênicas com pirofagia e acrobacia circense”, explica Gabriel de Moura, cantor, percussionista e um dos fundadores.
“Nosso desfile vai atender ao conceito de Fractal Ancestral, ou seja, tudo que fizemos durante 10 anos é o resultado das ações que a gente pratica hoje, do que herdamos e o que fazemos hoje para garantir a nossa liberdade. Uma estratégia de conseguirmos caminhar para frente, sem esquecer de olhar para trás”, conta Gabriel Moura, líder e um dos fundadores do OriSamba.
O cortejo vai apresentar um repertório composto por músicas de pessoas negras, com grandes referências como Gilberto Gil, Sérgio Pererê, Olodum, Ilê Aiyê, entre outros. O musicalidade do OriSamba também visa valorizar e difundir esse estilo nascido nas periferias da cidade, passando por variados ritmos como o samba reggae, samba duro, samba enredo, entre outros.
O bloco faz sua concentração a partir das 19h, em frente a Casa Pai Jacob do Oriente, na Rua Fagundes Varella, 99, Lagoinha.
Acordei Cedo Só Pra Ver Você Tocar
Já no domingo, dia 02 de março, o bloco apresenta o desfile “Acordei Cedo Só Pra Ver Você Tocar”, com uma proposta para o futuro – “um futuro unificado, sintetizado, espacial e grande, um futuro a se replicar”, como conta Gabriel.
“Vamos fazer durante o dia um cortejo com um teor muito feliz e alegre, muitas cores, com nosso abadá colorido. Vamos aproveitar as cores, a luz do sol e as inserções com o público, transformando-o em parte do OriSamba, porque essa é a ideia. Vai ser uma extensão da catarse que pretendemos criar na sexta”, explica o músico.
O cortejo sai às 11h da Rua Itapecerica, 454, também na Lagoinha.
História
OriSamba é um bloco que nasceu dentro de um terreiro de umbanda, na Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente, na Lagoinha com o desejo Pai Ricardo e Gabriel Moura. O grupo busca preservar os toques, ritmos, cantigas e composições que remetem a essa forma de viver, enxergar e praticar os costumes dessas tradições, a partir das vivências que contam e remontam as diferentes formas de conduzir os processos de transmissão dos saberes e costumes na atualidade.
“O nome surgiu a partir de conceitos subjetivos usados dentro das casas e terreiros de axé: ‘Ori’ e ‘Samba’. Ori faz parte de nosso viver e conviver entre corpo e espírito, sendo nossa “cabeça”, “orientação” com respeito ao tempo, natureza e o próximo, conforme os costumes tradicionais afro-brasileiros. E “Samba” deriva de ‘Semba’, ligado ao ato de gerar, o cordão umbilical, matriz e essência da vida: a mulher, parte essencial que nos liga uns aos outros fazendo sempre nos lembrar de nossos ancestrais. Com isso o nome OriSamba, leva para as ruas a beleza das cores, a alegria das toadas dos tambores, e o recontar da história e cultura afro-brasileira em Belo Horizonte”, conta Pai Ricardo.
OriSamba é ocupar e inundar as ruas com músicas que são manifestações de culturas afro-brasileiras, tal como o maracatu, o samba, o axé, embasado nas tradições e costumes do povo de terreiro. “Participar da efervescência que é o carnaval enquanto cortejo de rua é também prática de uma religiosidade tradicional que não se reduz a um espaço edificado, mas que abraça e faz de toda a cidade território do sagrado. Dessa forma, o sagrado também se encontra nas ruas, nas festas populares, na música e na dança”, complementa.
Cemig: a energia da cultura
A Cemig é a maior incentivadora de cultura em Minas Gerais e uma das maiores do país. Ao longo de sua história, a empresa reforça o seu compromisso em apoiar as expressões artísticas existentes no estado, de maneira a abraçar a cultura do estado em toda a sua diversidade. Além de fortalecer e potencializar as diferentes formas de produção artística, a Cemig se apresenta, também, como uma das grandes responsáveis por atuar na preservação do patrimônio material e imaterial, da memória e da identidade do povo mineiro.
Os projetos patrocinados pela companhia, por meio da Lei Estadual e/ou Federal de Incentivo à Cultura, têm por objetivo beneficiar o maior número de pessoas, nas diferentes regiões do estado, promovendo a democratização do acesso às práticas artísticas. Assim, investir, incentivar e impulsionar o crescimento do setor cultural em Minas Gerais reflete o posicionamento da Cemig em transformar vidas com a sua energia.
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