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A reinvenção não é mais um luxo. É estratégia de sobrevivência e de legados.

Tempo de leitura: 3 min

em 28/05/2025

A reinvenção não é mais um luxo. É estratégia de sobrevivência e de legados.

Se você trabalha com comunicação, é impossível não perceber o quanto tudo está mudando e em uma velocidade feroz. A transformação que vivemos desde o início dos anos 2000 não é pequena. Saímos de uma era em que o jornalista era o rei absoluto nas redações; o publicitário criava campanhas para TV e jornal impresso e os profissionais de relações públicas eram vistos como as pessoas altamente gabaritadas para representar uma empresa ou uma marca. Hoje, em um cenário em que um criador de conteúdo de 20 anos pode alcançar mais pessoas com um vídeo viral do que uma redação inteira com uma matéria especial, temos que repensar nossas ações e agir com rapidez.

No Brasil, cerca de 12 mil jornalistas se formam todos os anos. É um número expressivo, mas que esbarra em uma dura realidade: o mercado formal de trabalho para comunicadores vem encolhendo. Entre 2013 e 2021, de acordo com a Fenaj, quase 13 mil vagas com carteira assinada foram extintas no setor, uma queda de mais de 21%. Ou seja, a cada turma que se forma, muitos profissionais também estão deixando a profissão ou migrando para outras áreas.

Esse movimento não é exclusivo do Brasil. Uma pesquisa da Universidade de Georgetown mostrou que o jornalismo é a carreira com o maior índice de arrependimento entre os formados nos Estados Unidos: 87% disseram que, se pudessem, escolheriam outra profissão. O dado acende um alerta importante para quem vive da comunicação: o mercado mudou, e vai continuar mudando. E quem não acompanha essa transformação acaba ficando para trás.

Mas a verdade é que a comunicação não está em crise — ela está em mutação. O que está desaparecendo não é a profissão, mas o modelo antigo de atuação. Aquele comunicador que só sabia escrever ou que dominava uma única ferramenta já não tem o mesmo espaço. Hoje, é preciso saber transitar por várias linguagens, entender de estratégia digital, produzir conteúdo multimídia, se atualizar sobre algoritmos, plataformas e, claro, inteligência artificial. A comunicação não acabou, ela só deixou de caber nos moldes antigos.

A IA, aliás, não veio para substituir o comunicador. Ela veio para desafiar e provocar sua evolução. Automação de texto, edição de vídeo, criação de imagem, análise de dados — tudo isso pode ser feito por ferramentas digitais. Mas nenhuma tecnologia substitui o olhar crítico, a sensibilidade, a ética e a criatividade de um bom profissional de comunicação. A máquina faz o que é previsível. O humano entrega o que é único. Automatizar o básico é só o começo. Mas isso só é possível para quem está disposto a sair da zona de conforto, aprender constantemente e ampliar suas habilidades.

Se antes um bom portfólio bastava, hoje é preciso também ser visto, se posicionar, entregar com excelência e manter sua ética em tempos de excesso de informação e pouca profundidade. Quem quer continuar relevante precisa aceitar que aprender faz parte da rotina e não mais parte de uma etapa. Reinventar-se não é mais uma opção — é uma exigência do tempo em que vivemos. É preciso estar em constante movimento, ampliando repertórios, testando formatos, se adaptando às mudanças sem perder a essência.

A boa comunicação continua sendo uma ponte entre pessoas, ideias e propósitos. E sempre vai haver espaço para quem sabe construir essas pontes com verdade, clareza e consistência. A comunicação não acaba. Ela muda, se redesenha, se digitaliza. E quem estiver disposto a acompanhar essa evolução, com coragem e curiosidade, não só permanece no mercado — como se destaca nele. A comunicação nunca vai morrer. Ela sempre estará em estágio de mudança. Mudança de tom, de canal, de estética. E quem trabalha com ela precisa exercer essa mudança junto. Porque quem insiste em manter o discurso de que “o mercado está ruim” sem se atualizar, de fato vai ficar para trás. Já quem entende que comunicar é um ato vivo, em constante reconstrução, encontra sempre um jeito de continuar relevante.

A reinvenção não é mais um luxo. É estratégia de sobrevivência e de legados.

Mas essa já é uma outra história!

robson A reinvenção não é mais um luxo. É estratégia de sobrevivência e de legados.

Robhson Abreu
CEO PQN
Diretor da Associação Brasileira dos Jornalistas de Turismo – Secção Minas Gerais (Abrajet MG)
Membro do Conselho Estadual de Turismo de Minas Gerais (CET MG)

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