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Cuidados com a visão no fim de ano e verão

Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alertam que cerca de 70% das lesões oculares registradas no Brasil durante as festividades de fim de ano estão relacionadas a fogos de artifício, e aproximadamente 25% desses casos podem resultar em perda parcial ou total da visão. Ao mesmo tempo, segundo levantamento do Sistema Único de Saúde (SUS), somente em 2024 foram contabilizadas 288 internações e atendimentos hospitalares por ferimentos provocados por fogos de artifício, número superior ao mesmo período de 2023 e que reforça a necessidade de atenção redobrada.

Com o fim de ano se aproximando e o clima de verão começando, estas estatísticas acendem um alerta para cuidados com a saúde ocular. “Fogos de artifício produzem faíscas a mais de mil graus Celsius, temperatura suficiente para causar queimaduras térmicas permanentes nos olhos”, explica Kátia Mello, médica especialista do Centro da Saúde Ocular. Lesões na córnea, pálpebras, hemorragias internas ou até perfuração ocular estão entre os danos possíveis.

Além dos riscos das explosões, o verão impõe outro desafio: a radiação ultravioleta (UV). A exposição prolongada ao sol, muitas vezes intensificada pelo reflexo da água de piscinas, da areia ou do concreto, pode causar irritações, inflamações e lesões na superfície ocular, aumentar o risco de doenças como catarata e degenerações oculares, especialmente em crianças e jovens, cujo cristalino ainda permite maior penetração dos raios UV.

Em um país tropical como o Brasil, com temporadas longas de calor e celebrações frequentes, a combinação de fogos de artifício e sol forte torna-se um risco real para milhões de pessoas, muitas vezes subestimado. Segundo o especialista, com prevenção e consciência, é possível aproveitar as festividades e o verão com segurança.

“Para o verão e lazer ao ar livre, é recomendado o uso de óculos com proteção UV 100%, chapéus de aba larga ou bonés, prática de evitar exposição solar intensa entre 10h e 16h e consultas oftalmológicas regulares, especialmente para quem usa lentes de contato, tem histórico ocular ou passa longos períodos ao sol” afirma.

“Os olhos não têm como filtrar sozinhos os danos da radiação ou os fragmentos liberados pelos fogos. A visão é um patrimônio e pode ser irrecuperável”, conclui. O momento exige atenção: celebrar com responsabilidade significa proteger a visão.

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