
Como resolver bloqueios criativos? Como valorizar e encontrar o próprio repertório? Como dar continuidade à feitura de uma obra? Na próxima sexta, 2/5, das 17h às 18h30, Marcelino Freire – um dos maiores nomes da literatura brasileira contemporânea – conduz um passeio por questões como estas em laboratório promovido pela Editora Popular Venas Abiertas. Gratuita e aberta ao público, a atividade acontece no espaço Quinta Arte (Avenida Sinfrônio Brochado, 1053 – Barreiro). Não é necessária inscrição prévia.
A proposta é estimular a escrita espontânea e autoral a partir de exercícios dinâmicos que rompam bloqueios e incentivem a expressão individual. Conhecido por suas oficinas literárias e autor de livros consagrados pelos prêmios Jabuti e Machado de Assis, Marcelino Freire também falará de temas como gêneros literários e preparação de originais.
O laboratório Desbloqueio Criativo integra um conjunto de atividades da Editora Venas Abiertas ligadas às coleções de bolso Subúrbios Literários e Poetas de Rua. A fim de reconhecer e valorizar a produção literária de autores periféricos à margem do mercado editorial, o selo selecionou, em abril, poetas de saraus e Slams de Belo Horizonte e região metropolitana para terem seus livros publicados.
A coleção Subúrbios Literários terá obras de Bruna Sté, Bruxa Poeta, Hozienne Reis Passos, JP Escrevivente, Pedro Esteves Slam Akewi e Vênus Sunév – todos autores e autoras inéditos no mercado editorial. Já a coleção Poetas de Rua contará com títulos de Beluk, Dalva Maria Soares, João Paiva, Joi Gonçalves, Leandro Zere, Thamara Selva e Trabion.
Segundo a professora, escritora, arte-educadora e fundadora da Venas Abiertas, Karine Bassi, dar visibilidade a vozes marginais é uma forma de romper barreiras e estereótipos e enriquecer a cena literária brasileira. “Publicar vozes periféricas é um modo de promover o acesso a perspectivas e histórias autênticas, que representam as complexidades de suas comunidades”, comenta.
Além do laboratório de Freire, as e os autores selecionados participarão de duas formações exclusivas, integradas ao processo de edição dos originais. A primeira será voltada à revisão, construção de estilo e conceituação do projeto literário para a publicação. Já a segunda, conduzida por Pedro Esteves, Karine Bassi e Luís Otávio, apresentará aos autores o processo de criação gráfica e ilustrativa para projetos literários, integrando conceitos de design editorial, identidade visual e narrativa gráfica.
O projeto Poetas de Rua é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte / Edital Descentra (projeto nº 1276/2023). Já o projeto Subúrbios Literários é realizado por meio de projeto com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte (projeto nº 0025/2024).
Sobre Marcelino Freire
Marcelino Freire nasceu em 1967 em Sertânia, Pernambuco. Vive em São Paulo desde 1991. É conhecido por suas obras, constantemente adaptadas para o teatro – a exemplo da peça Hospital da Gente, pelo grupo Clariô de Teatro; Nossos Ossos, pela Companhia da Revista; e Angu de Sangue e Rasif, pelo Coletivo Angu de Teatro; além do texto original Agropeça para o Teatro da Vertigem, em 2023.
Também tem uma ampla atuação como professor de oficinas de criação literária e como produtor cultural. Escreveu, entre outros livros, Contos Negreiros (Editora Record, 2005), também publicado na Argentina e no México, com o qual foi vencedor do Prêmio Jabuti. Em 2013 lançou, pela Editora Record, o romance Nossos Ossos (Prêmio Machado de Assis), também publicado em Portugal, Argentina e França. Em 2021, a editora José Olympio publicou uma Seleta com seus contos preferidos. Em 2024 saiu, pela Amarcord, seu segundo romance, Escalavra.
Deixe um comentário