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Mineiro é semifinalista do Prêmio Oceanos, um dos mais importantes da literatura em língua portuguesa.

O escritor mineiro Fernando Dusi Rocha é um dos semifinalistas do Prêmio Oceanos 2025, um dos mais importantes da literatura em língua portuguesa. Seu romance Aquando nem o inferno (Editora 7 Letras) se destaca por inovar ao combinar a linguagem arcaica do cancioneiro galego-português com uma narrativa contemporânea e provocativa.

A obra resgata elementos lexicais desse vasto acervo trovadoresco medieval — uma das tradições literárias mais ricas da Península Ibérica, florescida entre os séculos XII e XIV — para abordar temas que questionam a sociedade atual. Dusi revisita, por exemplo, as cantigas de escárnio e maldizer, ao mesmo tempo em que rompe com a gramática culta brasileira, explorando construções linguísticas pouco usuais, algumas próximas do português europeu, como a colocação pronominal.

Menos complexa que seu romance anterior, Eu, Jeremias, a narrativa estabelece uma ponte entre passado e presente, expondo a crescente desintegração dos valores éticos, ainda mais evidente na contemporaneidade.

Sobre o Prêmio Oceanos 2025

A edição deste ano anunciou 50 semifinalistas: 25 na categoria Poesia e 25 em Prosa (romance, conto, crônica e dramaturgia). A lista contempla livros de cinco países — Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal.

O Brasil aparece amplamente representado, com autores de 12 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal.

Na próxima etapa, os 50 títulos semifinalistas serão avaliados por dois júris distintos, de prosa e de poesia. Até o fim de outubro, eles selecionarão 10 finalistas — cinco de cada gênero.