No sábado, 8 de novembro, o artista e designer gráfico Filipe Lampejo inaugura sua primeira exposição individual, A eterna novidade do mundo, no Estúdio Pessoas Físicas, em Belo Horizonte. A mostra é acompanhada do lançamento de Aquele que brota, livro editado por Maria Carolina Fenati, que reúne textos, desenhos e fotografias produzidos ao longo dos últimos cinco anos.
Juntas, as duas obras traçam um percurso entre pintura e escrita, imagem e pensamento, em torno de um mesmo gesto: o de observar o mundo com atenção radical. A partir de figuras vegetais, minerais e do reino fungi, Lampejo propõe um olhar que dissolve fronteiras entre o orgânico e o cósmico, o visível e o invisível.
As oito aquarelas inéditas que compõem a mostra nasceram de um processo de pesquisa em torno da percepção — um mergulho que alia técnica e intuição, delicadeza e rigor. “As pinturas convidam o público a olhar de perto, deixando que a primeira imagem se transforme e revele outras formas e sentidos”, diz o artista. “O desejo é que o espectador possa experimentar esse deslocamento: uma pedra que é também espaço sideral, o movimento dentro do estático, a pulsação que habita o menor elemento.”
O livro prolonga esse gesto. Em Aquele que brota, Lampejo costura fragmentos, anotações e reflexões sobre a impermanência. “O título vem do mazateco nti si tho, que significa ‘aquele que brota’, uma expressão usada para se referir aos cogumelos, que nascem de si mesmos, como o vento”, conta. “Essa imagem me marcou e se tornou uma espécie de guia para o livro.”
A mostra inaugura também a vocação do Estúdio Pessoas Físicas, criado por Filipe Lampejo e Vinícius de Souza, como espaço dedicado à experimentação e à convivência. Ateliê, galeria e sala de ensaio ao mesmo tempo, o lugar vem se consolidando como ponto de encontro entre artistas, escritores e pesquisadores na Savassi.




