Bronquiolites e pneumonias são as doenças que mais preocupam pais e médicos.
Tosse, cansaço, dificuldade para respirar. O inverno chegou e com ele as doenças respiratórias que acometem crianças de todas as idades, se tornando uma preocupação para pais, professores e profissionais de saúde. Segundo dados do boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado no último dia 20 de junho, o aumento da circulação do vírus sincicial respiratório tem gerado aumento expressivo da incidência e mortalidade por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em crianças pequenas, superando aquelas associadas à Covid-19 nessa faixa etária. Outro vírus respiratório que tem circulado entre os pequenos são o rinovírus e o adenovírus.
O pediatra cooperado da Unimed-BH, Bruno Morais Damião, revela que infecções respiratórias superiores mais frequentes em crianças nesta época do ano são, em sua maioria, desencadeadas por vírus que, por sua vez, podem ser porta de entrada para infecções secundárias, como otite, sinusite e pneumonia. “Atualmente, há uma prevalência de bronquiolite, com destaque para os casos de vírus sincicial respiratório (VSR), influenza e metapneumovírus. Já os quadros secundários, normalmente, duram mais tempo e podem ser mais graves”, afirma.

De acordo com o médico, uma das maiores preocupações dos pais em relação às doenças respiratórias são os quadros de tosse, que é o sintoma mais comum e que gera bastante desconforto na criança. Contudo, o especialista revela que não existem medicações específicas para tratar infecções virais.
O foco do tratamento deve ser no conforto e suporte da criança. “Se a criança tiver febre, usamos antitérmicos; para obstrução nasal, fazemos a limpeza nasal com soro fisiológico. No caso de tosse, o uso de mel tem efeito positivo comprovado e pode ser consumido por crianças com mais de um ano de idade. Contudo, é importante corroborar que nenhum tipo de medicamento interfere na evolução dessas doenças. Por isso, sugerimos a intensificação da hidratação, limpeza nasal e posição de cabeceira elevada até a criança apresentar melhora no quadro de saúde”, detalha o especialista.
Bruno Damião afirma, ainda, que o único método comprovadamente eficaz na prevenção de infecções – e outras doenças – é a vacinação. “As vacinas são a única forma de evitar doenças e, apesar da crença de que o frio faz a gente ter mais infecções, a questão do inverno é que as crianças ficam mais tempo fechadas em ambientes com pouca ventilação e por causa disso a transmissão das infecções virais aumenta”.
Contudo, ele dá dicas para evitar a contaminação entre pessoas: “O ideal é que as pessoas gripadas usarem máscaras; todos devem lavar as mãos e passar álcool gel com frequência, fazer a limpeza dos materiais de uso comum das crianças. No caso das crianças que estão com infecção de via superior aguda é importante que elas não frequentem a escola durante esse período, principalmente o período febril, para evitar a contaminação dos colegas”, conclui.
Sinais de alerta
Os pais devem estar atentos a sintomas que indicam a necessidade de avaliação médica imediata. Confira:
- Febre acima de 39,5°C ou febre que dura mais de três dias
- prostração intensa
- dor no peito
- falta de ar
- esforço respiratório, como retração subcostal e batimento de asa de nariz
- saturação de oxigênio abaixo de 93%
Fotos: Freepick
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